domingo, abril 30, 2006

Rally Argentina 2006

Foi para a estrada a 28 de Abril o Rali da Argentina, este ano mais cedo que o habitual tal como outras provas do mundial. Este é um rali disputado inteiramente em terra com caminhos bastante irregulares e pedras soltas. Tal como no México, é uma prova disputada em altitude e disso se ressentem os motores com possibilidade de redução de potência devido ao ar mais rarefeito. Outra das características desta prova é a quantidade de poças de água que provocam grande espectacularidade com a passagem dos carros bem como os saltos que podemos ver em algumas fotos mais em baixo.
Loeb tem vindo a dominar o mundial mas na terra tem mais concorrência. Ganhou aqui no ano passado, será que ganhará este ano? A prova começa e acaba no estádio de futebol de Córdoba com duas super-especiais a abrir e mais duas a fechar o rali. Decidem pouco em termos de classificação geral mas oferecem "momentos Kodak" ao público e algum retorno financeiro à organização.
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Começou o primeiro dia e mais uma vez todos os olhos estavam na dupla rival Loeb / Grönholm mas na terra há sempre que contar com o "foguete" Petter Solberg (claramente o meu piloto preferido no mundial). Solberg saltou para o comando da prova logo a seguir às duas primeiras super-especiais de Córdoba e acabou o dia em segundo atrás do inevitável Loeb. Loeb que começou mal a primeira classificativa com um peão na terceira especial que o faria perder mais de 22 segundos para Solberg, no entanto, não parece ter afectado o francês. A surpresa do dia foi a desistência de Grönholm na oitava especial. Já antes, na sexta, o finlandês havia batido numa pedra ao passar numa poça. Grönholm voltaria a competir no Sábado através dos regulamentos Super-Rali, no entanto, o seu companheiro de equipa Hirvonen não resistiu a problemas mecânicos no motor do seu Focus e, apesar de ter acabado a especial, desistiu e não voltaria no dia seguinte.
Atrás, Galli, Stohl e Henning Solberg lutavam ao segundo pelo último lugar do pódio com vantagem para o italiano no fim do primeiro dia. Xavi Pons também foi obrigado a desistir depois de um fogo ter deflagrado no seu Xsara como consequência de um despiste e colisão, haveria de voltar no dia seguinte. Atkinson começou bem o dia mas no fim estava em sétimo e via Sordo distanciar-se. Os dois Focus da equipa Stobart lutavam pelo último dos lugares pontuáveis com vantagem para Wilson sobre Companc no fim do dia, embora a diferença fosse apenas de 37,4 segundos.
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Grönholm arrancou o segundo dia fortemente ao ataque mas a diferença para os primeiros era já enorme. Apesar das excelentes prestações haveria de acabar o dia em 10º, ganhando assim 10 lugares, atrás dos 9 que acabaram o primeiro dia nos 9 primeiros lugares. Este foi, portanto, um dia sem grande história. Loeb ampliou a sua vantagem sobre a concorrência, Galli consolidou o 3º lugar, Henning Solberg capturou o 4º lugar ao seu colega de equipa Stohl, seguindo-se Sordo e Atkinson e Companc tirou o seu companheiro de equipa, Wilson, dos pontos embora ficassem separados por apenas 10,9 segundos.

Facto curioso a registar neste segundo dia foi, na 16ª especial, a vitória exaequo dos dois irmãos Solberg. Petter e Henning ganharam em Las Bajadas com 3,7 segundos de diferença sobre Grönholm e foi a primeira vez que dois irmãos ganharam uma especial em simultâneo desde a vitória dos irmãos McRae, Colin e Alister. Importa também referir que esta foi a primeira vez que Henning Solberg conseguiu o tempo mais rápido duma especial no mundial de ralis desde sempre.
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Chegava o Domingo e pouco havia a decidir mas o primeiro lugar não estava ainda garantido, a única coisa que estava garantida era que Solberg não iria deixar Loeb descansar enquanto não cortasse a meta em Córdoba. No entanto, com apenas duas especiais "normais" era difícil a Loeb perder os 43,1 segundos de vantagem que trazia do primeiro desde que mantivesse a concentração e o carro na estrada. E foi o que aconteceu, apesar do forcing de Solberg, Loeb controlou a vantagem e ganhou o rali com 44,6 segundos de vantagem sobre o norueguês (a diferença chegou a ser de 32,9 segundos).
Os 10 primeiros mantiveram as suas posições à excepção de Henning Solberg que perdeu 3 posições, acabando em 7º, devido a problemas mecânicos a meio da última super-especial que o fizeram perder quase 5 minutos para o vencedor da especial, e de Matthew Wilson que recuperou o 8º lugar e último pontuável ao seu companheiro, o argentino Luis Perez Companc, e conseguiu o primeiro ponto da sua carreira. Matthew Wilson é novato no mundial este ano, no entanto, é já uma estrela visto que é filho do lendário ex-campeão do mundo Malcolm Wilson.
Mais uma vitória para Loeb com o extra de Marcus Grönholm ter ficado fora dos pontos, este campeonato parece tomar o mesmo caminho do de 2005!
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Classificação geral do rali
1º - Sebastien Loeb / Daniel Elena (Citroën Xsara WRC) 4:06:51,3
2º - Petter Solberg / Phill Mills (Subaru Impreza WRC 2006) + 44,6
3º - Gigi Galli / Giovanni Bernacchini (Mitsubishi Lancer WR05) + 3:24,3
4º - Manfred Stohl / Ilka Minor (Peugeot 307 WRC) + 3:40,0
5º - Daniel Sordo / Marc Marti (Citroën Xsara WRC) + 5:40,2
6º - Chris Atkinson / Glenn MacNeall (Subaru Impreza WRC 2006) + 5:43,8
7º - Henning Solberg / Cato Menkerud (Peugeot 307 WRC) + 9:28,7
8º - Matthew Wilson / Michael Orr (Ford Focus RS WRC) + 10:34,6
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Classificação do mundial de pilotos
1º - Sebastien Loeb (França) 56 pontos
2º - Marcus Grönholm (Finlândia) 35 pontos
3º - Daniel Sordo (Espanha) 24 pontos
4º - Manfred Stohl (Áustria) 18 pontos
5º - Petter Solberg (Noruega) 18 pontos
6º - Gigi Galli (Itália) 11 pontos
7º - Alexandre Bengue (França) 9 pontos
8º - Chris Atkinson (Austrália) 8 pontos
9º - Henning Solberg (Noruega) 7 pontos
10º - Mikko Hirvonen (Finlandia) 7 pontos
11º - Toni Gardmeister (Finlândia) 6 pontos
12º - Daniel Carlsson (Suécia) 6 pontos
13º - Stéphane Sarrazin (França) 6 pontos
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Classificação do mundial de marcas
1º - Kronos Total Citroën WRT, 69 pontos
2º - BP Ford WRT, 56 pontos
3º - Subaru WRT, 51 pontos
4º - OMV Peugeot Norway, 31 pontos
5º - Stobart VK M-Sport Ford, 15 pontos
6º - Red Bull Skoda Team, 11 pontos
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sexta-feira, abril 28, 2006

Estoril Open 2006

Este fim-de-semana, começa o mais internacional dos torneios de ténis portugueses, numa altura em que por todo o Circuito se fala da criação de mais um torneio de ténis de terra batida, uma espécie de “Mini-Grand Slam” e num momento em que no país vizinho existe uma grande pressão para que este hipotético novo grande vá para Madrid, esta poderá ser mais uma oportunidade para, João Lagos e a sua equipa afirmarem Portugal como o destino ideal para um torneio desta envergadura.

O Estoril Open 2006, é sem dúvida um dos melhor torneios do circuito de terra desta temporada, com um dos melhores "cartazes" das últimas edições. Nomes como Nalbandian, Safin, Davydenko, David Ferrer, Almagro, Robredo ou Massu, são dose de qualidade suficiente para que à partida não seja fácil descortinar um possível vencedor final, algo que em anteriores edições era tarefa ao alcance de, qualquer entendido do ténis.

O Estoril Open, chegou a um patamar de exigência e qualidade que o Complexo do Jamor definitivamente já não consegue alcançar, portanto, caso as autoridades competentes, queiram que o melhor ténis mundial passe por aqui por alturas da Páscoa, é necessário investir no ténis, e criar as infra-estruturas necessárias para albergar um grande torneio e mais importante do que isso criar as infra-estruturas necessárias para que os jovens deste país possam no futuro ser competitivos no circuito ATP. Oeiras há muito prometeu um novo complexo, que ainda parece algo muito distante. São estes momentos de impasse que ditam o constante atraso de Portugal, quer a nível desportivo, quer a nível tecnológico, quer a nível cientifico. O caminho é simples, é necessário apostar no nosso país e nos nossos jovens, para que no futuro eles apostem em Portugal.

Albert Costa despede-se do ténis

Albert Costa (vencedor do Estoril Open 1999) já tinha avisado, que abandonava o Ténis no torneio de casa o Conde de Godó, que se disputa esta semana em Barcelona, no entanto e apesar de pouco ter competido durante esta época, o adeus parecia não querer chegar, e só ontem ao terceiro jogo, o "adeus" foi mais forte. Chegaram assim, ao fim mais de 12 anos de carreira que tiveram como ponto alto a vitória no mais mítico dos torneios de terra batida o Open de Paris Roland Garros.
O último jogo de Costa, acabou por ser uma reedição dessa final de sonho de Roland Garros 2002, contra o amigo Juan Carlos Ferrero, desta vez não o conseguiu derrotar, já que as férias no circuito deixam marcas a todos. No final teve a homenagem merecida, com a Central do Godó de Barcelona, a tributar-lhe um longo e merecido aplauso.

quinta-feira, abril 27, 2006

Desafio Seat by Sapo, eu vou...


O desafio Seat by Sapo é uma prova universitária patrocinada pela Seat e Sapo ADSL, entre outros, que consiste numa primeira eliminatória através de testes de selecção (20 alunos por Universidade). Os seleccionados vão pilotar um Seat Leon 2.0 TDI de 140 cavalos de potência pelos circuitos de Braga e Estoril. Quem ficar aprovado nos testes (2 alunos por Universidade) passará à etapa seguinte, um curso de pilotagem e uma competição no Estoril com 2 corridas, com os 40 melhores, inserida num meeting internacional composto por campeonato de Espanha GT, Formula 3 entre outros.
Vai ser espectacular e eu vou estar lá.
Vejam a página oficial:
http://www.desafioseatbysapo.com/

quarta-feira, abril 26, 2006

Au Revoir Zinedine

Zidane diz adeus:
Um dos melhores jogadores que o mundo do futebol viu nos últimos anos, anunciou esta manhã a sua retirada do mundo activo da “bola”.

segunda-feira, abril 24, 2006

Os estrangeiros dos NBA Playoffs 2006

Voltando aos Playoffs, este ano os Jogos Finais da NBA vão estar repletos de "estrangeiros", reflectindo o constante desenvolvimento do basquetebol a nível mundial e a crescente aposta da Liga na procura de novos talentos um pouco por todo o mundo. Aqui ficam os 44 eleitos, que irão desfrutar dos Playoffs NBA 2006.


Conferência Este (17)
Chicago Bulls (3): Luol Deng (Sudão), Andrés Nocioni (Argentina) e Luke Schenscher (Austrália)
Cleveland Cavaliers (3): Zydrunas Ilgauskas (Lituânia), Aleksandar Pavlovic (Sérvia & Montenegro) e Anderson Varejão (Brasil)
Detroit Pistons (1): Carlos Delfino (Argentina)
Indiana Pacers (2): Sarunas Jasikevicius (Lituânia) y Peja Stojakovic (Sérvia & Montenegro)
Milwaukee Bucks (5): Andrew Bogut (Austrália), Dan Gadzuric (Holanda), Toni Kukoc (Croacia), Jamaal Magloire (Canadá) y Jiri Welsch (República Checa)
New Jersey Nets (3): Nenad Krstic (Sérvia & Montenegro), Bostjan Nachbar (Eslovénia) e Zoran Planinic (Croacia)

Conferência Oeste (27)
Dallas Mavericks (3): DeSagana Diop (Senegal), Didier Ilunga-Mbenga (Congo) e Dirk Nowitzki (Alemanha)
Denver Nuggets (3): Francisco Elson (Holanda), Linas Kleiza (Lituania) e Eduardo Nájera (México)
Los Angeles Clippers (2): Vladimir Radmanovic (Sérvia & Montenegro) e Zeljko Rebraca (Sérvia & Montenegro)
Los Angeles Lakers (2): Ronny Turiaf (Martinica) e Sasha Vujacic (Eslovénia)
Memphis Grizzlies (2): Pau Gasol (Espanha) e Jake Tsakalidis (Grécia)
Phoenix Suns (6): Leandro Barbosa (Brasil), Raja Bell (Ilhas Virgens), Pat Burke (Irlanda), Boris Diaw (França), Steve Nash (Canadá) e Nikoloz Tskitishvili (Geórgia)
Sacramento Kings (2): Francisco García (República Dominicana) e Vitaly Potapenko (Ucrânia)
San Antonio Spurs (7): Tim Duncan (Ilhas Virgens), Manu Ginóbili (Argentina), Sean Marks (Nova Zelândia), Rasho Nesterovic (Eslovénia), Fabricio Oberto (Argentina), Tony Parker (França) e Beno Udrih (Eslovénia)

domingo, abril 23, 2006

Euroliga 2006: Maccabi Tel Aviv

E vamos acabar esta série de análises com o duplo campeão em título, o Maccabi Tel Aviv. Crónico campeão Israelita (em 51 campeonatos disputados Israelitas, o Maccabi conquistou por 45 vezes a Liga!), nos dois últimos anos, os israelitas conquistou a Europa, sob a batuta do grande base que é o lituano Sarunas Jasikevicius.

Depois da partida deste para a NBA (para os Indiana Pacers, onde o seu ano de estreia não foi famoso...), o grande desafio será saber se o Maccabi será capaz de ultrapassar esse fantasma e igualar a mítica Jugoplastika Split (onde jogavam os imberbes Toni Kukoc, Dino Radja, Arian Komacek, Perasoviv e Vrankovic, dirigidos pelo actual treinador do Real Madrid, Maljkovic), até agora a única equipa a conquistar por 3 vezes consecutivas o máximo ceptro continental, desde que foi adoptado o formato Final Four.

Passemos então a análise dos principais jogadores do Maccabi:
Maceo Baston - EUA, 2.06 - Extremo - Poste - Uma completa força da natureza. Jogador relativamente baixo para a sua posição, está habituado a lutar contra jogadores com mais um palmo de altura, não se intimida perante as dificuldades. Jogador que "vale" habitualmente 20 pontos, 10 ressaltos e 2 "Abafos".
Derrick Sharp - Israel, 1.81 - Base - Nascido nos EUA à 35 anos, Sharp não acusa a idade. Jogador com elevada percentagens de acerto nos lançamentos de dois pontos (cerca de 50%), joga apenas pela certa, raramente fazendo erros.
Nikola Vujcic - Croácia ,2.11 - Poste - Numa equipa baixa, o papel de Vujcic nas tabelas e na defesa será deveras importante. Um dos jogadores com maior capacidade de intimidação do basquetebol europeu.
Anthony Parker – EUA, 1.98 - Base - Com a saída de Jasikevicius, Parker assumiu-se como o líder da equipa. Tendo como referência os 14 primeiros jogos da Euroliga, as estatísticas de Parker foram fenomenais para um jogador de apenas 1.98: 20,8 pontos, 6.5 ressaltos e 3,5 assistências por jogo! Será sem dúvida um dos principais actores da Final Four de Praga.
Tal Burnstein - Israel, 1.98 - Base - Um dos mais promissores jovens jogadores israelitas.
Will Sallomon - EUA, 1.87 - Base - Atirador puro. Se tiver uma nesga de espaço dispara. E como todos os atiradores, irregular...
Jamie Arnold - EUA, 2.02 - Extremo - Poste - Jogador com uma carreira muito conturbada e que explodiu na época passada no Joventut de Badalona, o que lhe valeu um contrato para o Maccabi. Muito indisciplinado. Embora relativamente baixo para a sua posição, se estiver em dia sim, será o cabo dos trabalhos... para os adversários!
Kirk Penney - Nova Zelândia, 1.98 - Jogador rotulado como "atirador", não tendo ainda convencido , estando “ tapado ” por Parker e Sallomom. Provavelmente vai ser dispensado no final da temporada.

sexta-feira, abril 21, 2006

Taça Intercontinental de Futsal 2006

O Boomerang Interviú FS venceu pelo segundo ano consecutivo a Taça Intercontinental de Futsal, naquela que foi a terceira edição reconhecida pela FIFA, repetindo a vitória na final sobre o Malwee/Jaraguá, aliás o pódio deste ano foi igual ao do ano passado, com o A Carlos Barbosa F a ficar em terceiro lugar. O Campeonato este ano foi realizado no Brasil, em Brusque (Santa Catarina), a organização coube à CBFS (Confederação Brasileira de Futebol Salão), as duas edições anteriores tinham sido disputadas em Espanha, pois apesar de ser uma competição reconhecida pela FIFA, surgiu como ideia da LNFS (Liga Espanhola de Futsal), para a competição são convidadas as equipas campeãs continentais dos continentes que organizam campeonatos continentais (Europa e América do Sul), os campeões do Japão e EUA (os campeões dos campeonatos mais importantes dos seus continentes, dos poucos existentes), o campeão intercontinental e um clube do país organizador, na primeira edição também participou o campeão de Marrocos (nas mesmas condições dos campeões dos EUA e do Japão). No ano passado o SL Benfica participou na competição na qualidade de vice-campeão europeu (o campeão europeu Boomerang Interviú FS participou como organizador) e classificou-se em 4º lugar. Este ano a competição perdeu alguma da sua legítimidade de contar com as equipas mais importantes do futsal mundial, devido à ausência do campeão europeu, a equipa belga do Action 21 Charleroi, que se recusou a participar por não poder inscrever novos jogadores brasileiros. Para os substituir foram chamados os brasileiros do A Carlos Barbosa F, juntando-se assim ao Malwee/Jaraguá (campeão sul-americano), Universidad Autonoma de Asuncion (vencedores da Zona Norte do campeonato sul-americano e consequentemente finalistas desse campeonato), Boomerang Interviú FS (campeão intercontinental), ServCorp (campeão dos EUA) e Predator (campeão do Japão).

O Boomerang venceu numa final muito equilibrada com apenas um golo do internacional brasileiro Neto, contando para esse facto com uma boa actuação do seu guarda-redes, Luis Amado (considerado por muitos o melhor guarda-redes do mundo), o Malwee procurou evitar a derrota principalmente com a sua “estrela”, Falcão. Tal como tive oportunidade de presenciar, na UEFA Futsal Cup deste ano, o Boomerang é uma máquina muito bem organizada de jogar Futsal, sendo muito difícil marcar-lhes golo e tendo jogadores mutio bons tecnicamente, que podem resolver jogos individualmente, no entanto no Boomerang o jogo de equipa está sempre em primeiro lugar, os jogadores substituem-se sem que se note no desempenho da equipa. É difícil destacar alguém de uma equipa como esta, mas nela joga o melhor jogador do mundo, Schumaker.

O Boomerang Interviú FS já não perde um jogo oficial internacional desde a final da UEFA Futsal Cup de 2004, contra o SL Benfica em Lisboa, após esse jogo ganharam 6 jogos na Taça Intercontinental, 12 na UEFA Futsal Cup (mais o empate que ditou a sua eliminação o ano passado contra o Action 21 Charleroi) e um na Taça Ibérica (mais um empate em Lisboa contra o SL Benfica), ou seja desde essa final em 21 jogos ganhou 19 e empatou 2. Se é verdade que o Boomerang Interviú FS até hoje eliminou o SL Benfica em todas as competições em que este participou (1 Taça Intercontinental, 2 UEFA Futsal Cup e 2 Taças Ibéricas), também é verdade que é o SL Benfica que melhores resultados alcançou contra esta equipa em competições internacionais, sendo inclusive a única que lhe ganhou um jogo internacional, na primeira vez que participou na UEFA Futsal Cup (em 2003) foi eliminado administrativamente (com a atribuição de derrota por 0-3 num jogo que tinham ganho 11-3) e no ano passado foi eliminado na diferença de golos para o Action 21 Charleroi, de resto venceu todas as competições. Conta já no seu palmarés com 2 Taças Intercontinentais, 1 UEFA Futsal Cup, 2 Taças Ibéricas e venceu ainda uma antiga Taça dos Clubes Campeões Europeus (competição não oficial), estando já qualificado para disputar a final da principal competição europeia deste ano contra o MFK Dynamo Moscva. Esta foi a primeira competição internacional oficial que venceu sem ter que eliminar o SL Benfica.

Resultados
6 de Abril
Malwee/Jaraguá 10-1 ServCorp FC
Boomerang Interviú FS 8-0 Predator FC

7 de Abril
Universidad Autonoma de Asuncion 6-2 ServCorp FC
A Carlos Barbosa F 9-1 Predator FC

8 de Abril
Malwee/Jaraguá 5-0 Universidad Autonoma de Asuncion
A Carlos Barbosa F 3-5 Boomerang Interviú FS

Grupo A
1. Malwee/Jaraguá 6 pts (15-1)
2. Universidad Autonoma de Asuncion 3 pts (6-7)
3. ServCorp FC 0 pts (3-16)

Grupo B
1. Boomerang Interviú FS 6 pts (13-3)
2. A Carlos Barbosa F 3 pts (12-6)
3. Predator FC 0 pts (1-17)

9 de Abril
Jogo de atribuição de 5º lugar
ServCorp FC 2-4 Predator FC
Jogo de atribuição de 3º lugar
Universidad Autonoma de Asuncion 3-4 A Carlos Barbosa F
Final
Malwee/Jaraguá 0-1 Boomerang Interviú FS

Historial
Barcelona 2004 A Carlos Barbosa F
Puertollano 2005 Boomerang Interviú FS
Brusque 2006 Boomerang Interviú FS

(ao clicar no ano da competição será direccionado para o sítio http://www.rsssf.com/, no qual eu sou o autor das páginas referentes a esta competição)

Estas são as únicas edições reconhecidas oficialmente pela FIFA e as únicas com razões para tal. No entanto em muitos sítios na internet consideram na contagem as edições de uma competição que se realizou durante alguns anos na Rússia (até no sítio da própria FIFA se comete esse erro), no qual começaram por participar o Dina Moscva (na altura campeão europeu) e o campeão brasileiro, seguindo-se nova edição entre o Dina Moscva (sempre campeão russo enquanto se realizou a competição) e o campeão brasileiro, começando depois a realizar-se edições com o Dina Moscva, o suposto campeão intercontinental, o campeão brasileiro e o campeão europeu (na altura em que existia uma competição não oficial). Em alguns desses sítios também se considera um torneio particular realizado no Brasil entre 8 equipas de vários continentes, em que o SC Internacional/SC Ulbra (Porto Alegre) venceu na final ao FC Barcelona (equipa de segundo plano em Espanha).

Vencedores da "Taça Intercontinental" disputada na Rússia
1997 Dina Moscva
1998 C Atlético Mineiro/Pax de Minas
1999 SC Ulbra
2000 Caja Segóvia FS
2001 SC Ulbra

Jogos Finais NBA 2006: As previsões do Rodriguez

Conferência Este

Detroit Pistons (1) - Milwaukee Bucks (8)
Este parece ser o confronto mais desnivelado, os Detroit deste ano estão muito fortes, e não pretendem deixar escapar o titulo, os Milwaukee, terão que se confiar ao trabalho de Redd e Bogut para dar emoção à eliminatória, a minha previsão é de 4-1 para Detroit

Miami Heat (2) - Chicago Bulls (7)
Chicago conseguiu chegar aos Playoffs, nos últimos jogos da regular season, são uma equipa bastante homógenea, mas falta-lhes um verdadeiro líder. Se Nocioni e Gordon estiverem em bom nível podem equilibrar a eliminatória, mas os 2 + 3 (Wade e Shaq + 3) de Miami parecem claros favoritos, o meu prognóstico é de 4-2 para Miami.

New Jersey Nets (3) - Indiana Pacers (6)
New Jersey, apesar da grande equipa que são, tem tremido nos últimos, jogos, com uma clara "dependite" de Vince Carter, parecem-me mais fracos que o ano anterior. Indiana, perdeu Artest, mas ganhou Stojakovic e conta com o lituano Jasikevicius - exímio a decidir jogos equilibrados, e se Jermaine, estiver em bom momento podem ser a surpresa destes oitavos, a minha previsão, 4-3 para Indiana.

Cleveland Cavaliers (4) - Washington Wizards (5)
Cleveland - Washington no papel, parece ser o duelo mais equilibrado, mas se "King James" estiver ao seu nível, os Cleveland deverão ganhar sem grande problemas, no entanto não se deve menosprezar Gilbert Arenas e os "outros 4" dos Wizards, a minha previsão, 4-2 para Cleveland.

Conferência Oeste

San Antonio Spurs (1) - Sacramento Kings (8)
Os Spurs, são claramente favoritos, pretendem com toda a certeza revalidar o titulo, e os Kings de este ano não estão à altura de ser rival temível para os senhores de San António, contudo se Bibby estiver inspirado as coisas podem mudar, a minha previsão, Spurs 4-1.

Phoenix Suns (2) - LA Lakers (7)
Phoenix, é candidato a chegar à final de Conferência e Kobe sozinho, o máximo que poderá fazer é equilibrar os jogos de LA, será interessante o duelo Nash-Kobe, o meu prognóstico, 4-1 para Phoenix, se bem que o 4-0 não será muito estranho.

Denver Nuggets (3) - LA Clippers (6)
Os Denver de Carmelo, ganharam a sua Divisão, algo que ja não faziam desde a invenção da TV a cores, (ou seria desde o tempo da máquina a vapor) este ano estão mais fortes, mas em LA este é claramente o ano dos Clippers e se Elton Brand estiver em bom nível, poderá haver aqui uma pequena surpresa, 4-3 para os Clippers é a minha previsão.

Dallas Mavericks (4) - Memphis Grizzlies (5)
Memphis - Dallas, para os fãs europeus, é certamente um dos duelos mais interessantes - entre dois grandes do nosso basket Pau Gasol vs Dirk Nowitzki - o alemão quererá certamente demonstrar que ainda é ele que manda, no entanto os últimos jogos do catalão, dão esperança a Memphis, que sonha este ano, em poder passar pela primeira vez à segunda ronda, no entanto Memphis só passará se Mike Miller, Eddie Jones e companhia estiverem à altura do líder, o mesmo se passa em Dallas, só se Jason Terry e companhia acompanharem na perfeição a sua prima donna, poderão chegar à 2ª ronda, a minha aposta vai para Memphis, 4-2, aqui, talvez me engane!

*Aqui ficaram as minhas previsões para os Jogos Finais da NBA 2006, caso tenham melhores, não hesitem em deixá-las por aqui, para mais tarde recordarem!

NBA Playoffs 2006

Conferência Oeste
San Antonio Spurs (1) - Sacramento Kings (8)
Phoenix Suns (2) - LA Lakers (7)
Denver Nuggets (3) - LA Clippers (6)
Dallas Mavericks (4) - Memphis Grizzlies (5)

Conferência Este
Detroit Pistons (1) - Milwaukee Bucks (8)
Miami Heat (2) - Chicago Bulls (7)
New Jersey Nets (3) - Indiana Pacers (6)
Cleveland Cavaliers (4) - Washington Wizards (5)

Campeonato do Mundo de Ciclismo de Pista (Bordéus 2006)

Personagem Principal
Theo Bos, ou “The Boss” como eu lhe chamo desde que o comecei a ver competir, foi a grande figura deste Mundial de Ciclismo de Pista. O ciclista holandês, de 22 anos, venceu as competições de Sprint e de Keirin, sem deixar qualquer dúvida acerca de quem seria o justo vencedor, disputou todas as provas num nível muito superior a qualquer adversário.

No Keirin “deu espetáculo” e venceu as três corridas que disputou, ganhando a final de maneira arrebatadora, lançou um sprint vigorosíssimo a 2 voltas do final e à entrada da recta final não tinha apenas a vitória assegurada como já ia a festejar de braços no ar, não se conseguindo aproximar qualquer adversário. Mostrou como estava em boa forma e que seria difícil alguém batê-lo na prova de Sprint. Foi exactamente isso que se passou, lançando o sprint primeiro ou após o adversário conseguiu sempre chegar com uma margem folgada ao fim da corrida, a partir dos quartos-de-final as eliminatórias são disputadas à melhor de 3, mas “The Boss” venceu todos os adversários por 2-0, apenas Craig McLean na última corrida da final se aproximou de alguma forma de Theo, levando-o a esforçar-se até ao final dessa corrida. A única prova em que participou e não ganhou foi a prova colectiva de Sprint, onde apenas conseguiu que a selecção holandesa fosse quarta, atrás das tradicionais França, Grã Bretanha e Austrália.

Aos 22 anos tem já um palmarés invejável e se nada acontecer em contrário ele mostra capacidades para dominar por muitos anos as pistas de ciclismo. Começou a sua saga de sucesso em 2004 com a vitória no Sprint do Campeonato do Mundo e a medalha de bronze nos 1000 metros, acrescentando ainda a medalha de prata dos Jogos Olímpicos também no Sprint, no ano passado venceu o Campeonato do Mundo de Contra-Relógio (1000 metros) e ficou com a prata do Sprint Colectivo, com as vitórias deste ano tornou-se o primeiro ciclista a vencer o Campeonato do Mundo nas provas de 1000 metros, Sprint e Keirin. No início de carreira possui já uma Tripla Coroa invejável na modalidade! E a saga continuará...



quinta-feira, abril 20, 2006

Tiques e pintas... com mística

No artigo anterior (http://1001desportos.blogspot.com/2006/04/tiques-e-pintas.html) tentei expor o meu ponto de vista acerca das modas de alguns atletas mais mediáticos e como isso pode não ser apenas uma questão de gosto pessoal fazendo a ligação com a componente comercial.
Neste artigo vou tentar debruçar-me sobre o aspecto mais místico das modas, o mais inconsciente que envolve os colectivos. Para isso vou-me apoiar em diversos exemplos para chegar à conclusão que alguns desportistas tomam certas acções rotineiras não apenas por questões financeiras.
Talvez o que atravessa mais transversalmente todas as modalidades seja o uso de chinelos independentemente da situação em que se esteja. É frequente ver-se atletas profissionais passearem em centros comerciais (talvez para comprarem jogos para a PlayStation) calçados com o referido artigo mais usado em praias e piscinas por pessoas normais.
Algo que também é visto em atletas de várias modalidades, embora muito frequente no futebol, é a componente religiosa. Quem ainda não viu a entrada em campo das equipas com os jogadores a benzerem-se? E para além da pura religião ainda existe a superstição, entrar com o pé direito, criar um ritual para diferentes situações do jogo e mantê-lo sempre como por exemplo a celebração dos golos. Para além do futebol é possível ver este tipo de comportamentos noutras modalidades mas não tão usual talvez devido ao estrato social de onde são oriundos os futebolistas – lembro que o futebol é reconhecidamente o jogo do povo a nível mundial.
Como ex praticante de andebol não posso deixar de referir alguns comportamentos mais habituais, o que mais facilmente se repara é que os andebolistas não têm cuidados com a sua imagem aparecendo frequentemente nos jogos com a barba por fazer e o cabelo esguedelhado ao contrário de outros desportistas que entram no jogo como se fossem sair à noite. É também frequente ver estes jogadores com a cabeça rapada mas não posso dizer que seja exclusivo dos andebolistas.
Há ainda os basquetebolistas que usam sempre as roupas, nomeadamente os calções, acima do seu número. É algo que me transtorna visto que pode limitar os movimentos mas a verdade é que quase todos o fazem, até os brancos. Talvez seja uma moda importada do movimento Hip-Hop já que quando vejo vídeos do saudoso Magic Johnson reparo que os equipamentos eram bem justos o que até ficava um pouco abichanado!
Outro comportamento que salta à vista nos jogadores de basquetebol é o contínuo exagero de expressões “americanas” no discurso, mais um comportamento também verificado na moda Hip-Hop.
Vou agora abordar um comportamento que, além de me perturbar, irrita-me profundamente. Refiro-me aos jogadores de críquete que fazem desporto vestidos com pullover’s de malha! Ou, pelo menos, faziam! Ora isto é altamente atrofiante, esta gente não entra em campo a mostrar ao adversário que pretende fazer tudo para ganhar o jogo. Talvez devam observar alguns jogos da selecção neozelandesa de rugby, nomeadamente o Haka, ritual do início dos jogos.
Algo que também atinge a minha sensibilidade é a “impossibilidade” dos jogadores de futsal se tratarem pelo seu nome de nascença. Aranha, Jardel, Bulldog, Júnior, Pica-Pau são só alguns exemplos de alcunhas de jogadores dos quais não conhecemos o verdadeiro nome. Para além desta anormalidade, não deixo de fazer a ligação entre estes jogadores e os carros alterados (Tunning), porque será?
Enfim... exemplos como estes não faltam nas mais diversas modalidades. Desafio os leitores para participarem neste artigo através do comentário para expor exemplos que possam considerar desviantes noutras modalidades.

Euroliga 2006:CSKA Moscovo

Será que é desta? Desde que em 1988 a actual Euroliga assumiu o formato de Final Four, esta é a quarta ida consecutiva à fase final do CSKA Moscovo, crónico campeão russo desde a queda do muro de Berlim .

Costuma-se dizer-se que a Rússia é a herdeira do poderio da URSS no basquetebol. É uma meia verdade. No basquetebol da URSS, havia uma espécie de Tratado de Tordesilhas. Jogo interior para a Rússia. Jogo exterior para os lituanos.

O desmembramento soviético não foi nada positivo para o basquetebol russo. Que viram os seus melhores jogadores a saírem para a NBA e com a excepção do excepcional jogador que é Kirilenko, ficarem pelo caminho.

Os petro-Rublos introduzidos por Abramovich e a gestão decalcada da NBA, introduzida por Sergey Kushchenko, um ex-DJ, que não teve pejo em quebrar tabus e em trazer os "malditos yankees" para jogar na fria e gélida Rússia, foram um bálsamo. O que é certo é que o CSKA Moscovo hoje é uma autêntica sociedade das nações, havendo mesmo jogadores com 2 nacionalidades.

Este ano é o ano do tudo ou nada. Para dedicar o titulo ao velho lobo, Alexander Gomelski, que faleceu recentemente. Gomelski, recorde-se foi um dos grandes mentores do basquetebol na URSS e principalmente do CSKA. Para o ataque final, foi contratado um dos grandes magos dos basquetebol europeu, o italiano Ettore Messina, responsável pelo éxito do Siena, da Selecção Italiana e do Benetton Treviso.

Vamos Então analisar os jogadores mais relevantes do CSKA Moscovo:
Papakoulas - Grécia, 2.00 M - Base - Belíssimo jogador. Jogador muito eficiente de cara ao cesto, aproveitando ser mais alto do que a maior parte dos seus oponentes directos. É um excelente distribuidor de jogo.
Panov - Rússia, 2,03 – Extremo - Poste - Um super-veterano, dos bons "velhos tempos". Com os seus 36 anos, ainda contribui com defesa, essaltos, intimidação e jogo de equipa. Aqueles que assistiam aos jogos do Benfica de Lisboa e Jean Jacques ainda se devem lembrar dele...
Matjaz Smodis - Eslovénia, 2.05 – Extremo - -
Atenção a este homem. Ao contrário da sua geração de conterrâneos, que preferiram ir para a NBA e não progrediram, Smodis preferiu ficar pela Europa. Ressaltos, triplos, defesa... as estatísticas de Smodis são do melhor.
JR Holden - Rússia, 1.85 - Base - Jogador nascido nos EUA. Fez toda a sua carreira na Europa. Jogador muito fiável. Faz uma excelente dupla com Papakoulas. É um base mais anotador do que distribuidor.
Pachoutinhe - Rússia, 1.96 - Extremo - Um dos do tempo de "Lisboa e Jacques"... Tempo de jogo é completamente residual. Apenas lá está para "cimentar" o balneário.
David Andersen - Dinamarca, 2.12 - Poste - - De nacionalidade dinamarquesa mas nascido na Austrália. Com uns braços enormes, aproveita para "limpar" a tabela, sendo o melhor ressaltador do CSKA. É um jogador muito ofensivo e excelente a jogar de costas para a tabela.
Trajan Landgon - EUA, 1.92 - Base - Formado na prestigiada Universidade de Duke, carrega o trauma de ter sido treinado pelo "Coach K". O que é mesmo que dizer que após uma bela carreira universitária, sucede uma frustrante carreira na NBA. Geralmente é isso que acontece aqueles que saem de Duke. Foi o que aconteceu com Trajan, que se teve de refugiar na Europa, primeiro no Ulker de Istanbul e agora no CSKA. Não é um grande lançador sendo antes um jogador que privilegia a "penetração" para o cesto, aproveitando as suas grandes condições fisicas. Anotador puro.
Thomas van de Spiegel - Bélgica, 2.14 -Poste -
A segunda opção para a posição de Poste, atrás de David Andersen. Sai geralmente do banco. É um jogador muito valoroso, com boas contribuições a nível de ressaltos e pontos.

Classificações do Campeonato do Mundo de Ciclismo de Pista (Bordéus 2006)

O Ciclismo de Pista é uma modalidade muito antiga e já se disputam campeonatos mundiais desde 1895, em Colónia (Alemanha), com excepções para os anos de Guerra Mundial e alguns seguintes tem-se realizado anualmente, das provas da altura apenas a de Sprint se mantém no programa, este ano a competição realizou-se em Bordéus (França) e no próximo ano será em Palma de Maiorca (Espanha). Em 1893 e 1894 realizaram-se também Campeonatos Mundiais de Ciclismo de Pista Amadores, depois foram integrados na competição actual e mantiveram-se até 1992.

Provas Masculinas

Sprint Olímpico
1. França (Grégory Bauge, Mickaël Bourgain, Arnaud Tournant)
2. Grã Bretanha (Jamie Staff, Craig MacLean, Chris Hoy)
3. Austrália (Shane Perkins, Shane Kelly, Ryan Bayley)

Perseguição Colectiva
1. Austrália (Peter Dawson, Matthew Goss, Mark Jamieson, Stephen Wooldridge)
2. Grã Bretanha (Steve Cummings, Rob Hayles, Paul Manning, Gerant Thomas)
3. Ucrânia (Volodymyr Dyudya, Roman Kononenko, Maksym Polyshchuk, Lyubomyr Polatayko)

Madison
1. Espanha (Isaac Gálvez, Joan Llaneras)
2. Ucrânia (Lyubomyr Polatayko, Volodymyr Rybin)
3. Argentina (Juan Esteban Curuchet, Walter Pérez)

Sprint
1. Theo Bos (Hol)
2. Craig McLean (GBr)
3. Stefan Nimke (Ale)

Contra-Relógio (1000 m)
1. Chris Hoy (GBr)
2. Ben Kersten (Hol)
3. François Pervis (Fra)

Perseguição
1. Robert Bartko (Ale)
2. Jens Mouris (Hol)
3. Paul Manning (GBr)

Keirin
1. Theo Bos (Hol)
2. José António Escuredo (Esp)
3. Arnaud Tournant (Fra)

Scratch
1. Jérôme Neuville (Fra)
2. Ángel Colla (Arg)
3. Ioannis Tamouridis (Gré)

Pontos
1. Peter Schep (Hol)
2. Rafael Ratajczyk (Esp)
3. Vasil Kiryienka (Bie)



Provas Femininas

Sprint
1. Natalya Tsylinskaya (Bie)
2. Victoria Pendleton (GBr)
3. Guo Shuang (Chn)

Contra-Relógio (500 metros)
1. Natalya Tsylinskaya (Bie)
2. Anna Meares (Aus)
3. Lizandra Guerra (Cub)

Perseguição (3000 metros)
1. Sarah Hammer (EUA)
2. Olga Slyusareva (Rús)
3. Katie Mactier (Aus)

Keirin
1. Christin Muche (Ale)
2. Clara Sanchez (Esp)
3. Guo Shuang (Chn)

Pontos
1. Vera Carrara (Itá)
2. Olga Slyusareva (Rús)
3. Gema Pascual (Esp)

Scratch
1. María Luisa Calle (Col)
2. Gina Grain (Can)
3. Olga Slyusareva (Rús)

Ciclismo de Pista

As provas de Ciclismo de Pista são disputadas em velódromos com 250 metros de perímetro.

Perseguição Colectiva (4000 metros) – é uma prova disputada por equipas de quatro elementos, cada uma parte de um lado da pista, correndo 4000 metros em sentidos opostos tentam ultrapassar a outra equipa e assim eliminá-la. No entanto as provas são normalmente decididas por tempo, que é cronometrado com o terceiro ciclista de cada equipa a chegar ao final. Actualmente apenas a final e a corrida de atribuição do 3º lugar são disputadas com duas equipas na pista, pois as eliminatórias qualificam os dois primeiros classificados para a final e as duas equipas seguintes para a disputa da medalha de bronze, como nas eliminatórias as equipas mais fortes defrontavam as mais fracas por vezes eliminavam as adversárias ultrapassando-as mas tinham que continuar para obter um bom tempo, que era prejudicado com a ultrapassagem. Os atletas da equipa revesam-se na frente para ajudar ao esforço colectivo, tal como é normal numa prova de contra-relógio colectivo, estando a tarefa de “puxar” pela equipa principalmente destinada a um ciclista que, normalmente, não completará a última volta.

Sprint Olímpico ou Sprint Colectivo (3 voltas) – é uma prova colectiva disputada por equipas de três elementos, tal como na perseguição colectiva, estão duas equipas em lados opostos pista a competir entre si. É composto por três voltas nas quais a primeira é liderada por um ciclista que saíra no final dessa mesma volta, dando lugar ao segundo ciclista da equipa que tenta levar o seu último companheiro na melhor posição para o sprint final, saindo no final da segunda volta ficando apenas um ciclista da equipa para o sprint final.

Madison ou Corrida Americana (50 km) – é uma prova disputada por duplas em que todos os competidores estão em pista em simultâneo, estando apenas um a competir de cada vez, passando o testemunho dando uma mão ao companheiro e impulsionando-o para a frente. É a variante de equipas da prova por pontos, as equipas são pontuadas pela classificação em determinados sprints (assinalados por uma sineta na volta anterior) e pelas voltas de avanço que se conseguem. Recebeu o seu nome derivado do Madison Square Garden.

Contra-Relógio (homens - 1000 metros, mulheres - 500 metros) – trata-se de uma prova normal de contra-relógio em que cada ciclista participante corre isoladamente na tentativa de obter o melhor tempo.

Perseguição (homens - 4000 metros, mulheres - 3000 metros) – tal como na prova colectiva disputa-se num contra-relógio entre dois ciclistas que se tentam ultrapassar ou apenas obter melhor tempo que o adversário.

Sprint (3 voltas) – para muitos esta é considerada a prova rainha das competições de Ciclismo de Pista, nela dois ciclistas defrontam-se partindo um da parte superior da pista e outro ao seu lado na parte inferior (posições sorteadas), depois andam duas voltas a estudar-se e a tentar dar a dianteira ao adversário, pois é desvantajoso ser o primeiro a lançar o sprint, por razões aero-dinâmicas quem segue o adversário esforça-se menos e está melhor preparado para a ponta final. Quando na frente esperar que o adversário lance o sprint também não é uma vantagem porque o tempo de reacção não é o mais elevado e o ciclista tem que olhar para trás para controlar o adversário, no entanto nem sempre ganha aquele que obteve a melhor posição. Durante o sprint não são permitidas trajectórias irregulares. Os últimos 200 metros da corrida são cronometrados e são corridos em pouco mais de 10 segundos. Até aos quartos-de-final as eliminatórias decidem-se numa única corrida, a partir dessa fase vence a eliminatória quem ganhar por duas vezes. As corridas de atribuição do 5º ao 8º lugar e 9º ao 12º lugar e assim por diante são disputadas por quatro ciclistas em simultâneo.

Keirin (8 voltas) – é uma prova de sprint disputada por seis ciclistas em simultâneo, a prova inicia-se com os ciclistas a seguirem um motociclo (sem nunca o poderem ultrapassar) que inicia a uma velocidade de 30 km/h e vai aumentando a velocidade até atingir cerca de 50 km/h, saindo quando faltarem duas voltas e meia para o final da corrida, depois os ciclistas sprintam para vencer a corrida. Os três primeiros qualificam-se para a ronda seguinte. É normal haver quedas e desclassificações nesta prova.

Sratch (homens - 15 km, mulheres - 10 km) – é uma prova de partida massiça (não existem eliminatórias, todos os participantes iniciam a prova em simultâneo) em que o objectivo é chegar ao final em primeiro. Decorre como uma prova normal de estrada, quem ganhar uma volta de avanço sobre os adversários fica com essa vantagem se não voltar a ser apanhado. Em caso de eliminatórias antes da final são disputadas com metade da distância da final.

Corrida por pontos (homens - 160 voltas, mulheres – 100 voltas) – é uma prova de partida massiça em que o objectivo é conquistar mais pontos que os adversários. São atríbuidos pontos aos quatro primeiros de 10 em 10 voltas (5, 3, 2, 1 pontos), a meio da corrida e na volta final os pontos são a dobrar, quem ganhar uma volta ao pelotão conquista 20 pontos e volta a integrar o pelotão na volta em que este está, a quem perder uma volta para o pelotão são deduzidos 20 pontos.


Houve muitos ciclistas que fizeram carreira nas provas de pista (primeiro) e estrada. Como os dois campeões nas duas modalidades, Vjatcheslav Ekimov (Rús) (campeão mundial de pista e olímpico de estrada) e Chris Boardman (GBr) (campeão mundial de pista e estrada), Evgeni Berzin (vencedor de um Giro d'Italia) e os sprinters australianos Stuart O'Grady e Bradley McGee, todos medalhados da modalidade na prova de perseguição.

quarta-feira, abril 19, 2006

Ligas dos Campeões de Voleibol também vão para Itália!

O Volley [Sisley] Treviso (em masculinos) e o Pallavolo Sírio Perugia (em femininos) venceram as respectivas Ligas dos Campeões de Voleibol, fazendo desta forma o pleno de competições europeias para os italianos. Para o Volley Treviso foi a sua 4ª vitória na competição, eles que também já venceram 4 taças CEV, estando agora empatados no ranking de vitórias na Liga dos Campeões com o Volley Modena, em 2º lugar atrás do CSKA (Moscva), que já venceu por 13 vezes. Enquanto que o PS Perugia venceu a competição pela primeira vez, depois de terem sido finalistas em 2004 e vencido o ano passado a Taça CEV, contando também com a Top Teams Cup de 2000. Os MVPs das competições foram Alessandro Fei (Volley Treviso) e Victoria Ravva (RC Cannes).

Liga dos Campeões Europeus Masculina Indesit 2005/06, Final Four em Roma (ITA)
Semi-finais
Sisley Treviso (ITA) 3-0 VC Dynamo (Moscva) (RUS)
(25-20, 25-14, 25-21)
Lokomotiv Belgorie (RUS) 2-3 Iraklis Thessaloniki (GRE)
(24-26, 25-23, 25-22, 23-25, 13-15)

Jogo de atribuição do 3º lugar
VC Dynamo (Moscva) (RUS) 1-3 Lokomotiv Belgorie (RUS)
(19-25, 25-21, 20-25, 20-25)

Final
Sisley Treviso (ITA) 3-1 Iraklis Thessaloniki (GRE)

Liga dos Campeões Europeus Feminina Indesit 2005/06, Final Four em Cannes (FRA)
Semi-finals
RC Cannes (FRA) 3-1 Foppapedretti Bergamo (ITA)
(25-16, 25-20, 13-25, 25-23)
Vakifbank Günes (Istanbul) (TUR) 2-3 Pallavolo Sirio Perugia (ITA)
(20-25, 25-22, 25-17, 17-25, 9-15)

Jogo de atribuição do 3º lugar
Foppapedretti Bergamo (ITA) 3-0 Vakifbank Günes (Istanbul) (TUR)
(25-19, 26-24, 25-20)

Final
RC Cannes (FRA) 1-3 Pallavolo Sirio Perugia (ITA)
(23-25, 20-25, 25-22, 20-25)

Suzuki SX4 WRC 2007

Recentemente a Suzuki anunciou que vai entrar no mundial de ralis (WRC) através dum modelo novo de seu nome SX4 a partir de Agosto do próximo ano. Este novo modelo foi construído em simultâneo na sua versão comercial e competitiva o que deixa antever bons resultados desportivos para a marca à imagem dos conseguidos no campeonato mundial de juniores (JWRC) em que, após 3 anos de competição, se sagraram campeões, em 2004, com o modelo Ignis pilotado pelo sueco Anderson Per-Gunnar.
Esta decisão da Suzuki estará, concerteza, relacionada com o objectivo de mudança de imagem da marca que se tem vindo a verificar nos últimos anos, nomeadamente com o novo Swift, talvez tendo em mente a revolução da Subaru no final dos anos oitenta e início dos anos noventa.
Detalhes técnicos mais pormenorizados não são ainda conhecidos para além de se saber que irá ser equipado com um motor desenvolvido do J20 (2.000 cc turbo). Sabe-se também que a Suzuki está a desenvolver um sistema de tracção integral com inovações nos diferenciais e uma caixa sequencial de cinco velocidades.
Esperaremos por este magnífico bólide nas estradas portuguesas em Setembro do próximo ano!
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Euroliga 2006:F.C.Barcelona

O "convidado" de hoje para a nossa análise da Euroliga é o F.C.Barcelona. Conhecido pelo seu poderio no futebol, o grande clube da Catalunha é um potentado do ecletismo. Chegou ao basquetebol por volta dos anos 50, mas à elite, só por volta dos anos 80, quando chegaram ao clube um jovem treinador, chamado Aito Garcia Renesses (vindo do eterno rival catalão Joventude de Badalona) e um punhado de jovens: Epi (o último a empunhar a tocha em Barcelona'92 e que ele considerou o seu momento de glória), Andrés Jimenez, Chico Sibilio e o rochoso poste americano Audie Norris. Contudo, na Europa, apesar de bastas vezes terem chegado à Final Four, nunca ganhavam o desejado troféu. Só em 2003, a jogar em casa iriam chegar à vitória.

Este Barcelona é substancialmente diferente do ano passado. Saíram o treinador Pesic, o carismático gigante Roberto Dueñas (sempre apoquentado pelos seus problemas de costas), Dejan Bodiroga (considerado o melhor jogador a jogar na Europa, mas claramente na fase descendente da sua carreira) e o base Macedónio Vlado Ilievski. Estes jogadores, principalmente Duenas e Dodiroga, levavam a que a equipa jogasse a “baixa rotação”. Este ano com a entrada de Dusko Ivanovic, vindo do Tau e dos reforços Williams e Basile (entre outros) o estilo foi alterado.Dusko Ivanovic foi o timoneiro do TAU que alcançou a final da Euroliga em 2005.Como jogador teve uma carreira muito boa , tendo jogado as 3 competições ganhas pela Jugoplastica Split,treinada pelo actual treinador do Real Madrid ,Majkovic.

O responsável pela reestruturação do plantel é Zoran Savic , o actual director técnico que chegou do Bologna , onde desempenhou as mesmas funções e terminou a carreira.Antigo jogador do Barcelona ( e do Real Madrid... ) e da Jugoslávia, ai deixou muito boa imagem e muitos contactos no mercado.

Vamos então analisar os principais jogadores do “Barça”.
Basile – Itália, 1.90 – Base – Típico jogador italiano. Hipócrita. Frio. Muito eficiente. Já muito experiente, foi um dos principais artífices da conquista da surpreendente medalha;
Fucka – Itália, 2,15 – Extremo – Poste – Nascido na Eslovénia. Conhecido como o escudeiro de Bodiroga. Assim conhecido por ter sempre acompanhado este ao longo da sua carreira, nomeadamente no Trieste, no Bologna, no Milan e nesta última fase no Barcelona.Tem uma boa meia distância e consegue aproveitar muitas bolas “soltas” na tabela;
Jordi Trias – Espanha, 2.06 – Extremo – Poste – Um dos "4" mais promissores de Espanha. Lentamente tem sabido ganhar o seu espaço na equipa. Jogador a observar no futuro;
Dennis Marconatto – Itália, 2.11 – Poste – Jogador muito ofensivo e eficiente. Pouco agressivo na luta das tabelas;
Shammond Williams – Geórgia, 1.86 – Base – Nascido nos EUA. Formado na prestigiada universidade de North Carolina. Eleito na segunda ronda do draft, deambulou por diversas equipas da NBA sem sorte. Tentou a sua sorte na Europa e aterrou a na antiga república soviética da Geórgia, onde foi compulsivamente nacionalizado;
Juan Carlos Navarro – Espanha, 1.91 – Base – "La Bomba" – O Menino bonito dos catalães e o grande amigo de Gasol, onde coincidiu na Geração de Lisboa (assim chamada por terem conquistado em 99 o mundial de juniores em Lisboa) e no Barcelona. A sua alcunha resulta do seu temível lançamento exterior. Tem como hábito lançar bem para além dos 8 metros. Do seu contributo (ou não!) poderá depender a vitória do Barcelona;
Rodrigo de La Fuente – Espanha, 2.00 – Extremo – O capitão – Não é um primor técnico. Mas é um líder. É o cimento do balneário. Sempre que é necessário ressaltos, pontos ou defensa, ele está lá. Grande defensor.
Kakiouzis - Grécia , 2.07 - Extremo - Poste -Tipico jogador grego,na melhor tradicção de Fassoulas.Sabe utilizar muito bem
o seu corpo para defender,intimidar e ganhar ressaltos.Muitas vezes vem á linha dos 6.25 lançar bombas, o que cria sérios embaraços ás defesas contrárias.Foi fulcral para a supreendente vitória da renovada Grécia no ultimo Europeu.
Marc Gasol - Espanha, 2.15 - Poste - O Irmão de Gasol - Muito querido pelos adeptos por ter preferido ingressar no Barcelona em vez de aceitar as inumeras ofertas das Universidades Americanas que tinha,quando acabou o Liceu nos Eua,onde vivia juntamente com o seu irmão.Lentamente,tem ganho minutos na equipa.Sofre de excesso de peso, o que limita a sua movimentação no campo.
Roger Grimau - Espanha , 1.98 - Extremo - - Chegou á 3 anos ,vindo do Lleida , onde então pontificava o Português Sergio Ramos.Uma lesão muito grave roubou-lhe espaço na equipa.Bom defensor e atirador.Pode jogar nas posições "1", "2" e "3".

terça-feira, abril 18, 2006

Euroliga 2006:Tau Vitória

A Euroliga já está aí à porta. Aqui no 1001Desportos vamos então analisar cada equipa, per si, as suas forças, as suas fraquezas e os seus jogadores. A primeira equipa a ser analisada é o Tau Vitória. O Tau Vitória é uma equipa do País Basco. Embora esta não seja uma região fraca em termos basquetebolísticos, não é tão forte como as regiões de Madrid e da Catalunha, esta sim a grande região basquetebolística da Espanha.

O Tau Vitória caracteriza-se antes de mais pela sua juventude. Juventude, que não é mesmo que dizer inexperiência. Uma equipa que em 2005 foi finalista desta competição só pode ser experiente. O facto de salientar a sua juventude deve-se ao seu estilo de jogo, muito rápido e com muitos contra-ataques. É uma equipa muito equilibrada, com um bom jogo interior e exterior e com um excelente banco.

Analisemos então os principais jogadores do Tau:
Luis Scola – Argentina, Extremo - Poste - 2.07 - A estrela da equipa. Um fenómeno de precocidade. Chegou a Espanha aos 15 anos, tendo desde logo começado a jogar nas competitivas divisões inferiores de Espanha. Aos 19 chegou á ACB, ao serviço do Gijon, sendo escolhido no draft da NBA pelos Santo António Spurs em 2002. É uma das principais estrelas da selecção argentina, tendo ganho a Medalha de ouro em Atenas 2004. Máquina de ressaltos e de anotar, muito rápido e com um excelente jogo de pés, sobre ele vão estar centradas muitas atenções em Praga;
Pablo Prigioni - Argentina, Base -1.93- Reparte a titularidade com Sergi Vidal, com quem aliás partilha características. Muito bom na transição defesa ataque, penetra muito bem e é um bom defensor que rouba muitas bolas;
Travis Hansen - EUA, Base - Extremo - 1.98 - O percurso de tantos americanos... Eleito
na segunda ronda do draft pelos Atlanta Hawks, em 2002/2003, uma das mais fracas equipas da NBA. Não se aguentou e cruzou o Atlântico. Não é uma primeira opção. É bastante aguerrido e um jogador bastante querido dos adeptos. Defende bastante bem. Geralmente sai do banco. É descrito como um atirador;
Sergi Vidal - Espanha, Base - 2.02 - Produto típico do Joventude de Badalona. Quando em 99/2000, estava tapado pelo lendário Rafael Jofresa, Sergi teve de ir fazer pela vida para outra paragem e aterrou em Vitória. Muito alto e rápido para a posição que ocupa, faz uma boa dupla com Prigioni. Sergi começou a despontar no mundial de juniores de Lisboa, juntamente com Gasol e Navarro;
Serkan Erdogan - Turquia, Extremo - 1.90 - Extremo que veio do Ulker de Istanbul. Demorou a engrenar, a adaptar-se á equipa e á cultura espanhola. Tem estado em crescimento;
Peja Drobnjak - Sérvia - Montenegro - Poste - 2,13 - Jogador com muita experiência, tendo jogado 4 épocas na NBA. Tem pouca mobilidade, prefere jogar fora e lançar "triplos" do que apanhar ressaltos e intimidar;
Kornel David - Hungria - Poste - 2,08 - O único húngaro a alguma vez ter jogado na NBA. Jogador muito eficiente e abnegado;
Tiago Spiptller - Brasil, Poste - 2,10 - Desembarcou em Espanha com 16 anos e desde logo deu nas vistas. O seu jogo de pés e a sua técnica individual desde logo chamaram a atenção dos scouts da NBA. No ultimo draft, as observações feitas nos treinos individuais não foram muito positivas e teve de recuar na sua intenção de avançar para a NBA. Este ano tem jogado mais minutos e quem sabe se será este ano que irá ultrapassar o "Charco" e rumar à NBA;
Casey Jacobsen - EUA, Extremo - 1.98 - Percurso idêntico ao de Travis Hansen. Formado numa prestigiada universidade, Stanford, aterrou na NBA, nos Phoenix Suns e o sucesso foi nulo. Chegou a Espanha rotulado como atirador. Mas tem sido a terceira opção atrás de Erdogan e de Hansen. Algo débil fisicamente, ajuda pouco na defesa.

segunda-feira, abril 17, 2006

Tiques e pintas

Recentemente, no último Estrela da Amadora vs SL Benfica, o herói da partida, o pequeno Fabrizio Miccoli que marcou o golo da vitória encarnada, apresentou um novo look, uma espécie de visual “Jeep Grand Cherokee”, em que as sobrancelhas estavam rapadas em tiras a lembrar a grelha do referido veículo. Para muitos pode parecer estranho ou até mesmo digno de alguma incapacidade intelectual ou mental que desportistas de enorme perfil mediático se exponham ao ridículo de certas figuras como é exemplo o pequeno italiano do Benfica. Na verdade o ridículo vende. Estou convencido que o objectivo de muitos dos atletas que mudam o seu visual em vésperas de competições é o de aparecerem referidos em meios de comunicação social para que o seu valor de mercado possa subir e esta linha de pensamento não é totalmente descabida quando vemos atletas como David Beckham (jogador de futebol do Real Madrid) ganhar balúrdios em direitos de imagem e publicidade bem como comissões sobre transferências para clubes que ambicionam esse mediatismo para venderem os seus produtos (no caso do Real Madrid as vendas de camisolas e não só subiram em flecha no mercado asiático após a aquisição do jogador ao Manchester United).
A imagem vende seja bonita, radical, diferente, estranha, inovadora ou até mesmo asquerosa. E a renovação da imagem vende igualmente bem, no entanto, não deixa de ser triste ver ao que se predispõem algumas “pessoas” por mais alguns cobres, senão vejamos:

Stefan Kretzschmar, andebolista alemão com inúmeras tatuagens e piercings que provoca medo às crianças. Apesar de ser um jogador de eleição, é sem duvida o jogador mais mediático do andebol alemão e um dos mais mediáticos da Europa devido à sua aparência.

Dennis Rodman, o mítico basquetebolista americano que coleccionou títulos (5 anéis de campeão) mas que ficou conhecido pelas mudanças na cor do cabelo, as tatuagens e piercings e também por se ter apresentado num casamento vestido de noiva para além de muitas outras acções do género ao longo da sua carreira.

Abel Xavier, o futebolista português apostou no choque através dos penteados inovadores com cores estranhas que alargou à barba, tudo isto para o europeu de 2000. Conseguiu contratos proveitosos com clubes estrangeiros nomeadamente o Liverpool, será que uma coisa tem que ver com a outra ou apenas foi contratado pela sua qualidade técnica?

Fernando Torres, o futebolista espanhol apelidado “el niño” criou mesmo uma moda com o seu penteado em Espanha. Torres usa o cabelo rapado nos lados e comprido atrás, moda copiada do estilo de Beckham no mundial do oriente em 2002 que pegou e até já em Portugal tem seguidores.

Gail Devers, atleta dos 110 metros barreiras americana conhecida pelas suas unhas que além de compridas estão sempre pintadas a preceito mudando de visual constantemente. Apesar de ter sido atleta olímpica as suas unhas valeram-lhe bastante em publicidade ao longo da carreira.
Estes são apenas alguns exemplos da sociedade em que vivemos.

sexta-feira, abril 14, 2006

Euroliga: Os 4 eleitos

Estão encontrados os 4 finalistas da Euroliga, que lutarão em Praga, para conquistar o mais importante troféu do basquetebol europeu. CSKA Moscovo, Tau Vitória, FC Barcelona e Maccabi Tel Aviv.

O CSKA Moscovo, de Ettore Mesina – que foi semi-finalista da Euroliga 2005, ambiciona este ano a final, e foi o que menos problemas teve para eliminar o rival dos quartos-de-final, bateu os turcos do Efes Pilsen, em apenas dois jogos, e carimbou o passaporte para Praga com 7 dias de avanço sobre os restantes 3.

Já o Tau Vitória, naquela, que muitos consideravam a final antecipada, conseguiu impôr-se em Atenas por 74-71, num Pavilhão OAKA a “rebentar pelas costuras” com mais de 20 000 adeptos – que não ficaram nada contentes com o resultado, e mais uma vez, como sempre depois de uma derrota, “atiraram” tudo o que tinham à mão para a pista - é o “fair play” grego, derrota após derrota acontece o mesmo e as instâncias internacionais, pouco ou nada fazem. Aos jogadores de Vitória, só lhes restou fugir de pista, quando o relógio marcou o final. Não mereciam sair assim do OAKA, depois do grande jogo que fizeram, em que demonstraram superioridade ao longo dos 40 minutos, embora sem nunca se distanciarem no marcador, tiveram no turco Erdogan (24pts) que esteve sempre em grande nível durante toda a partida, o seu líder, marcou triplos extraordinários (para lá dos 7 metros) mas como sempre jogadores como o base argentino Prigioni, ou o americano Jacobsen, estiveram em bom nível, um pouco mais apagado esteve a outra “estrela” argentina (que há muito merece a NBA), Luís Scola.
No lado do Pana, como sempre, Vassili Spanoulis foi o líder, Mike Batiste também esteve em bom nível mas esperava-se mais de jogadores como Perasovic. Fica para o ano.

Do jogo entre o Maccabi Tel Aviv e o Olimpiakos, não posso dizer muito, já que ontem a minha atenção foi para o grande duelo, FC Barcelona – Real Madrid. Mas segundo as estatísticas, no Maccabi, o que já vem sendo habitual, Willie Solomon (ex. Memphis Grizzlies) esteve em bom nível, prova são os 18 pontos, no jogo, do Nokia Arena. As estatísticas não mentem, espero eu!

Se para uns Tau – Pana, era a final antecipada, para mim o grande jogo destes quartos era o FC Barcelona – Real Madrid. O Barcelona sonhava com Praga e a sua 9ª Final Four, para tentar repetir a vitória de 2003, na final a 4 de Barcelona.
O jogo não me defraudou, o Barcelona ganhou 74-71. Mas comecemos pelo palco do encontro, ontem um verdadeiro Camp Nou em miniatura, estavam lá todos no Palau Blaugrana, cheiíssimo, como sempre nestes jogos. E com o Palau assim, a vitória é mais fácil. No entanto o jogo não começou muito bem para o lado catalão, com o Real a entrar muito bem, e o Barcelona a acusar a pressão de ser favorito – depois de um primeiro parcial favorável 6-2, seguiu-se um 12-0 para o Real, que desorientou a equipa. Mas passados esses primeiros momentos o Barcelona, assumiu o controlo do um jogo, que foi sempre muito igualado, com vantagens mínimas. A figura da noite, ontem, foi Gianluca Basile (ex. Climamio de Bologna) encarregue de parar Louis Bullock, a estrela da companhia “merengue”, levou o dever ao extremo, cometendo o número exacto de faltas, conseguiu anular o americano nos momentos chave. Foi dele também o cesto decisivo, um triplo, que parecia não querer entrar, quando o jogo estava empatado a 69.
O Real tinha alimentado a esperança de vencer este jogo decisivo com 2 triunfos consecutivos sobre o Barcelona – para a Euroliga em Madrid e em Barcelona para a ACB – mas a história não falhou e o Real continua sem ganhar no Palau para a Euroliga. É certo que não estiveram longe de poder ganhar, mas como diz o seu treinador, ainda são uma equipa sem “estofo” Europeu, e ontem nos momentos decisivos, onde as grandes estrelas brilham, a maior do Real, Bullock falhou 2 triplos seguidos que caso entrassem podiam ditar outro rumo ao desenlace do jogo. Agora só para o ano!


Jogo 3 Quarterfinal Playoffs

FC Barcelona Winterthur - Real Madrid 76 - 70
Maccabi Tel Aviv - Olympiacos 77 - 73
Panathinaikos - TAU 71 - 74

Final Four

Sexta-feira, 28 de Abril
Jogo 1: Tau Vitoria – Maccabi Tel Aviv, 16:30, Sazka Arena
Jogo 2: CsKa Moscovo – FC Barcelona Winterthur, 19:30 Sazka Arena

Domingo, 30 de Abril
Third Place Game: Derrotado Jogo 1 vs Derrotado Jogo 2, 16:30, Sazka Arena
Final: Vencedor Jogo 1 vs Vencedor Jogo 2, 19:30 Sazka Arena

quinta-feira, abril 13, 2006

RCD Espanyol, vence a Taça do Rei

O Real Club Deportivo Espanyol, (de Barcelona) ganhou ontem a Taça do Rei, com uma vitória por 4-1, na final contra o Real Zaragoza disputada, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid.
Raul Tamudo, capitão e a insígnia do clube – está no Espanhol desde os 13 anos e é o único “sobrevivente” da equipa que venceu a Taça do Rei de 2000 – inaugurou o marcador aos 89 segundos de jogo, depois de uma defesa incompleta do guarda-redes do Saragoça, a um soberbo livre de Ivan De La Peña "Lo Pelat" – ontem um dos melhores em campo. Um golo tão madrugador, desorientou um Saragoça que chegava a esta final como claro favorito, depois de ter eliminado entre outros, o FC Barcelona, e o Real Madrid.

Os 11 heróis "azuis"

Ewerton, ao minuto 28, conseguiu ainda empatar o jogo, mas depois do golo do brasileiro pouco mais se viu da equipa que humilhou o Real Madrid nesta mesma competição. Até final o Espanhol dominou o jogo, conseguindo mesmo marcar mais três golos, por Luís Garcia que marcou 2, (2-1 e 4-1) – outra das figuras dos Catalães na noite de ontem – e por Ferrán Corominas (3-1).

A "afición" do Saragoça acreditava no triunfo

A equipa catalã, conseguiu o 4º título na competição – a sua 2ª Taça em 6 anos – com esta vitória os “periquitos” (como são conhecidos por terras espanholas), garantem presença na próxima edição da Taça UEFA – onde já tiveram sucesso no passado, em 1988 chegaram à final, perdendo então, apenas nos penáltis, contra o Bayer Leverkusen – um dos objectivos de início de época. No entanto esta temporada pode ser desastrosa, caso não consigam evitar a descida de divisão. Actualmente estão em 15º lugar com 34 pontos, apenas 2 acima da “linha de água”, mas mais preocupante ainda, têm sido os últimos resultados, espera-se agora que esta grande vitória possa ser um bálsamo para um bom final de Campeonato. Seria completamente desastrosa, uma “hipotética” descida, para um clube que é centenário, e um dos mais históricos de Espanha, mais ainda, numa altura em que acabaram de estrear uma nova cidade desportiva (de fazer inveja ao rival FC Barcelona) e começaram as obras do seu novo Estádio. Mas num Campeonato tão competitivo como o Espanhol, tudo é possível que o digam os “colchoneros” (fãs do Atlético de Madrid) que passaram dois anos no “infierno” da segunda divisão. E este ano, é um dos piores para os históricos do campeonato, equipas como a Real Sociedad, Athletic de Bilbau ou até mesmo o Real Bétis, em conjunto com o Espanhol lutam para evitar a descida.

Mas no final foram os "pericos" que fizeram a festa

quarta-feira, abril 12, 2006

Phil Mickelson ganha Masters de Augusta

No fim-de-semana que passou, disputou-se na Geórgia, EUA, mais um Master de Augusta, talvez o melhor torneio de golf do mundo.
O grande vencedor deste ano foi o americano Phil Mickelson, que conseguiu o seu segundo “casaco verde” em 3 anos.
Aos 35 anos, Mickelson é um dos “grandes”, com 3 títulos do Grand Slam em 9 torneios disputados, fez bons percurso neste Master, depois de um sábado complicado devido à chuva, o sol de domingo ajudou-o a fechar em beleza o torneio. Leva assim para casa os cerca de 1 250 000 dólares de prémio para o vencedor, e o mais ambicionado dos casacos para qualquer golfista, Mickelson é o segundo canhoto, da história, depois do canadiano Mike Weir (venceu em 2003 e impediu assim Tiger Woods de ser o 1º a conquistar 3 Masters consecutivos), a vencer em Augusta.


É a propósito deste Torneio de Golf, talvez o melhor do mundo, que inauguramos aqui, nos 1001 Desportos, uma nova secção - os Especiais 1001Desportos, será uma secção onde tentaremos abordar a história dos grandes eventos e dos grandes heróis, do desporto mundial e nacional.

Especiais 1001Desportos:

http://especiais1001desportos.blogspot.com/

A história de Augusta National a "catedral" do Golf

De Fruitland Nurserie a Augusta National

Aquele que é hoje, um dos percursos mais míticos do golfe mundial, o Augusta National, começou por ser no início do séc. XIX, um campo de plantação de magnólias, essa será a actividade principal da quinta até 1857, ano em que o barão belga Louis Mathieu Edouard Berckmans comprou a quinta. O barão, formado em medicina, era um entusiasta da horticultura, paixão que compartia com o seu filho Prosper Jules Alphonse Berckmans, que estudou, nas melhores escolas de horticultura de França, antes de emigrarem para a América.

Em 1858 fundavam a Berckmans Nurserie, (ficaria conhecida como Fruitland Nurserie) que iria estar em activo até 1918, foi o primeiro grande viveiro hortícola, que surgiu no sudeste dos EUA. Introduziram uma grande variedade de plantas, árvores e arbustos, que traziam um pouco de todo o mundo para o seu grande “quintal” – desde árvores de fruto; como a ameixa de Kelsen, o caqui japonês, aos mais variados citrinos (como por exemplo o kumquat – uma espécie de laranja em miniatura) passando pela pêra entre muitos outras – introduziram também um número significativo de árvores de produção de madeira ou de jardim; como o pinheiro chinês, camélias (que hoje se espalham por toda a Geórgia), o carvalho de Darlington, Oliveiras de chá . No meio de tanta planta, Prosper ficou conhecido em terras do sul como o “pai do cultivo de pêssego” (“Father of Peach Culture”) devido à sua grande paixão por este fruto e à sua constante pesquisa para a evolução da espécie,. No entanto, os sonhos dos Berkmans terminariam com a morte de Prosper em 1910 e que levaria ao encerrar do viveiro, uns anos mais tarde. A obra ficou, e hoje podemos ver as árvores que eles trouxeram no Augusta National, e um pouco por todo o sudeste americano.

Foi o “verde” de Fruitland Nurserie, que encantou Bobby Jones, quando em 1931 decidiu criar ali o seu Club de Golf. A propriedade dos Berkmans, cheia de árvores e vegetação, com pequenos promontórios atravessada por diversos riachos, chamava por Bobby, e desde a primeira visita ele soube que era ali que teria de ser feito o seu Club ("Perfect! And to think this ground has been lying here all these years waiting for someone to come along and lay a golf course on it," disse ele na primeira visita).

A vontade de dois homens: Jones e Roberts

Bobby Jones, não era nenhum desconhecido quando em 1931 adquiriu a quinta onde instalou o seu Club de Golf. Na realidade Robert Tyre "Bobby" Jones II, segundo as crónicas americanas, foi o maior golfista amador de todos os tempos, dominou completamente o golf nos anos 20 – entre 1923 e 1930, ganhou 13 campeonatos denominados “major”, entre eles, 1 US Amateurs, 4 US Opens, 3 British Opens e 1 British Amateur. Em 27 de Setembro de 1930, tornou-se o único homem a ganhar os 4 grandes, numa época, completando assim o “Grand Slam” do golf. Apesar de tanto sucesso, aos 28 anos retirou-se do mundo activo do golf, para se dedicar à família, no entanto na realidade nunca se afastou da sua grande paixão. Em 1931 e 1932, filmou vários documentários educacionais sobre a modalidade (que lhe renderam cerca de US$ 250 000). Através do acordo, com os reconhecidos, A. G. Spalding & Brothers entrou também no design e projecto de vários campos de Golf. Mas o seu maior projecto foi o de Augusta National.
O projecto de Augusta, era de tal dimensão que foi preciso recorrer a alguém que domina-se o mundo financeiro, é aí que entra em cena Clifford Roberts um importante homem de negócios Nova-iorquino. O papel de Roberts neste grande projecto, não deve de modo algum ser menosprezado, pois foi ele que na época da Grande Depressão, conseguiu vender o Augusta National, a grandes investidores, que ficaram entusiasmados com a ideia de Bobby e com a eloquência de Roberts.
Quando fez a primeira visita àquele, que outrora tinha sido o maior viveiro do Sul, e que jazia agora ao abandono - mas com um imenso verde - Bobby soube desde o primeiro segundo que era aquela a propriedade que procurava para o seu Club. Em 1931, Bobby e Roberts, fecharam negócio e por 70 000 dólares, compraram a Fruitland Nurseries.

O Projecto

Iniciaram de imediato, os projectos para o futuro Club, contrataram o famoso arquitecto, Alister Mackenzie, que em conjunto com Bobby trabalhou no desenho do campo de golf. Contaram ainda com a ajuda preciosa do herdeiro dos Berkmans, Louis Alphonse, que os ajudou a decidir que espécies de plantas deveriam colocar em cada “hole” (buraco). Cada buraco no Augusta National tem o nome da espécie que mais abunda ao longo do seu percurso. Os trabalhos de construção, começaram em 1931 e em finais de 1932 o campo já estava pronto.

De 1934 até 2006

Com o campo pronto, tinham que chegar os torneios, o sonho era albergar o US Open, no entanto por problemas de calendário e clima (o torneio disputava-se no Verão, e Augusta era demasiado quente nessa altura do ano), tiveram que se afastar dessa ideia. Jones então, de forma brilhante, decidiu aproveitar a sua fama na modalidade, e idealizou um torneio anual por convites, em que ele seria o anfitrião. Para criar um maior impacto mediático, Jones comprometeu-se a voltar aos greens para disputar o seu torneio. É assim que nasce o primeiro torneio - Augusta National Invitation Tournament - disputou-se em 34, e desde o primeiro momento foi um êxito, em 1939 passou a chamar-se The Augusta National Masters, e disputava-se no inicio de cada primavera aproveitando o clima temperado da Geórgia. No entanto seria só durante a década de 50 que o Masters de Augusta, passaria a ser um dos “grandes”, para tal muito contribuiu o Presidente Dwight D. Eisenhower, um habitual do Club.
Daí para cá, foi um caminho de sucesso, pautado pela originalidade, em 1949, Jones e Roberts criaram a Cerimónia Pós-Torneio, onde o vencedor do ano anterior, “vestia” o novo vencedor com o casaco do Club (o famosíssimo “Green Jacket”). Em 1956, tornou-se o primeiro torneio a ser transmitido pela televisão nacional, CBS. Hoje é o único “grande” que se disputa regularmente no mesmo campo. É a verdadeira “Catedral”, onde todos sonham ganhar, para muito contribuíram e contribuem, também nomes como os de, Ben Hogan, Arnold Palmer, o mítico Jack Nicklaus, Gary Player, Seve Ballesteros, Nick Faldo e o novo herói do golf Tiger Woods.

O presente

Hoje em dia conta com cerca de 300 socios, dos quais pouco se sabe, a maioria serão milionários do petróleo, sabe-se também que são todos homens, e que apenas um será de raça negra (durante muitos anos o Club Augusta National foi acusado de racismo), sabe-se ainda que um dos últimos sócios a chegar ao club foi Bill Gates, o Sr. Microsft. Também pouco se sabe sobre o quanto paga a CBS, para transmitir anualmente o evento, que chega a ter mais de 50 milhões de telespectadores nos EUA, serão concerteza valores de pasmar ao comum dos golfistas! Falando de dinheiro, estima-se que durante o torneio as lojas de merchandising oficial do Masters, façam para cima de 5 milhões de dólares diários em receitas. Os bilhetes para o torneio esgotam cada vez mais cedo, e a "revenda" atinge valores astronómicos.
É o mundo a girar em torno de Augusta National!

Portugal é o 1º Campeão do Mundo de Horseball!

O Horseball não é um Desporto muito conhecido, nem muito divulgado, em Portugal, mas apesar disso o nosso país é uma das principais potências desta modalidade desde os primeiros tempos da sua internacionalização, apenas sendo superado em importância pela França e talvez a Argentina. Contudo o campeonato nacional é disputado apenas por seis equipas, devido a ser um Desporto elitista, pois é disputado a cavalo (como o nome indica).

O Horseball foi criado em França durante o final da década de 70, tendo derivado do jogo argentino Pato (que era assim chamado por no início ser jogado com um pato em vez de uma bola, é jogado desde o século XVII), que havia sido introduzido em frança nos anos 30 (tendo desaparecido após a segunda Guerra Mundial), mas com regras ligeiramente diferentes e chamado na altura Pato Indoor. Disputa-se num Hipódromo, com dimensões de 20 a 30 metros de largura por 60 a 75 metros de comprimento (sendo as medidas ideais 25 por 65 metros), tem por objectivo introduzir a bola num aro de um metro de diâmetro suspesnso a 4,5 metros do chão, é disputado por equipas de 4 jogadores que só podem marcar golo após fazerem trocas de bola entre três jogadores da equipa, podendo esta tocar no chão mas não entregue em mãos, cada jogador só pode ter a bola em seu poder 10 segundos consecutivos. A bola é da dimensão de uma bola de Futebol, mas rodeada de seis correias para os jogadores a agarrarem. A duração do jogo é de 2 partes de 10 minutos, com intervalo de 3 minutos. Existem 2 árbitros, um a cavalo e outro sentado. Existem 3 tipos de penalidades: faltas inaceitáveis (marcação a 5 metros do aro adversário), faltas graves (marcação a 10 metros do aro adversário) e faltas menores (a equipa que sofre falta recomeça o jogo no local onde a infracção ocorreu). É um Desporto praticado de forma mista (homens e mulheres jogam na mesma equipa), no entanto existem também competições exclusivamente femininas. Alguns jogadores preferem montar cavalos rápidos outros cavalos baixos (para diminuir a dificuldade em apanhar a bola do chão), mas todos escolhem montar cavalos agéis, fortes e obedientes (com capacidades de dressage).

A organização que regula o Horseball a nível internacional é a Federation International de Horse-Ball (FIHB, criada em 1999) e é composta por 11 membros (os 8 que participam no campeonato da Europa, Israel, Brasil e Ilhas Caimão), dos quais a Argentina não faz parte e, até ao momento a prova mais importante que realizava era o Campeonato Europeu (desde 1992 e apenas com interregno em 1997 e 2003). A FIHB e a Federación Argentina de Pato chegaram a acordo para realizar a 1ª edição do Campeonato do Mundo de Pato-Horseball, pois o campeonato fazia todo o sentido ser realizado entre as potências mundiais do Horseball e a Argentina, país onde se joga a versão original que deu origem a este Desporto e naturalmente um dos países com mais potencialidade na sua prática, ficando a organização como responsabilidade das duas entidades e a realização da competição na Argentina em Buenos Aires de 6 a 9 de Abril. As selecções que tomaram parte neste 1º Campeonato do Mundo foram a Argentina (Grupo A, equipa 1), Grã-Bretanha (A2, 4º no último Europeu), Espanha (A3, 3º), Brasil (A4), EUA (A5), França (B1, 1º), Portugal (B2, 5º), Itália (B3, 8º), Áustria (B4, 6º), Alemanha (B5, 7º), o Canadá também compareceu ao certame mas apenas para disputar jogos particulares, de notar a ausência da Bélgica, vice-campeã europeia, da competição.

As selecções principais favoritas eram a grande dominadora do Horseball na Europa, a França (que venceu todos os Campeonatos da Europa) e a selecção anfitriã, seguidas num segundo plano por Portugal, Espanha e Itália. O resultado da selecção nacional é ainda mais surpreendente tendo em conta o facto de no ano passado ter alcançado o seu pior resultado de sempre num Campeonato da Europa (5ª posição), o que podia indiciar uma quebra de competitividade de Portugal em relação às outras boas selecções europeias. No entanto a forma pouco convencional em que foi disputado o Campeonato, onde as equipas do mesmo Grupo não se enfrentavam todas e algumas disputavam jogos contra equipas do outro Grupo, levou a que Portugal acabasse por vencer este 1º Campeonato do Mundo, qualificando-se no mesmo Grupo da França sem que a enfrentasse. A França foi impedida de disputar a final apesar de ter ganho todos os jogos que disputou, sendo apenas eliminada na diferença de golos com Portugal, que no caso não serve totalmente como termo de comparação, pois para além de não se enfrentarem também não defrontaram exactamente as mesmas selecções (Portugal jogou com a Áustria e a França com a Alemanha) e contra aquelas que defrontaram em comum a França conseguiu melhores resultados (mais oito golos de diferença que Portugal). Foi através de um resultado anormal de 17-0 contra a Áustria que Portugal se apurou para a final, depois de saber quantos golos de vantagem necessitaria para se apurar. O outro Grupo foi dominado pela Argentina que venceu as três rivais mais fortes do seu grupo. Os quatro primeiros do Grupo B derrotaram nos jogos finais os quatro primeiros do Grupo A. Se as equipas presentes no pódio não deixam dúvidas quanto ao seu mérito, o terceiro lugar da França é provavelmente um resultado abaixo das suas reais capacidades.

A selecção nacional foi composta pelos jogadores: Joaquim Mota, Frederico Cannas, Rodolfo Caetano, Luís Matias e Frederico Marques; o seleccionador nacional Afonso Luís; e o membro da comitiva Carlos Fernandes. Os nossos parabéns a todos, que conseguiram este grande feito de conquistar para Portugal o 1º campeonato do Mundo de Horseball. Luis Matias foi ainda o melhor marcador da competição com 14 golos.

Os jogos foram disputados em duas partes com a duração de 7 minutos, à excepção da final que foi disputada em duas partes de 10 minutos, com intervalos de 3 minutos. A vitória valia 3 pontos e o empate 1, o desempate era feito pela diferença de golos.

Resultados:
6 de Abril
(A-B) Grã-Bretanha 0-3 Portugal
(A) Argentina 6-4 Espanha
(B) França 9-3 Itália
(A) Brasil 4-6 EUA
(B) Áustria 3-4 Alemanha

7 de Abril
(A) Grã-Bretanha 3-5 Espanha
(B) Portugal 7-6 Itália
(A) Argentina 5-3 EUA
(A-B) Brasil 7-1 Áustria
(B) França 8-2 Alemanha

8 de Abril
(A-B) Grã-Bretanha 3-9 França
(B) Portugal 17-0 Áustria
(A) Espanha 4-7 EUA
(B) Itália 7-2 Alemanha
(A) Argentina 6-2 Brasil

Grupo A
1. Argentina 9 pts (+8)
2. EUA 6 pts (+3)
3. Brasil 3 pts (0)
4. Espanha 3 pts (-3)
5. Grã-Bretanha 0 pts (-11)

Grupo B
1. Portugal 9 pts (+21)
2. França 9 pts (+18)
3. Itália 6 pts (-2)
4. Alemanha 3 pts (-10)
5. Áustria 0 pts (-24)

9 de Abril (Finais)
(7-8) Alemanha 8-7 Espanha
(5-6) Itália 10-3 Brasil
(3-4) França 12-3 EUA
(1-2) Portugal 8-7 Argentina

Classificação:
1. Portugal
2. Argentina
3. França
4. EUA
5. Itália
6. Brasil
7. Alemanha
8. Espanha
9. Grã-Bretanha
10. Áustria

Melhores Marcadores:
Luís Matias (Portugal) 14 golos
Rodolfo Caetano (Portugal) 11 golos
Axel Dumas (EUA), Cristian Goce Alonso (Espanha), Montero Guillermo (Argentina) 10 golos

Este ano vai ser também realizada, em Bruxelas (Bélgica), a 13ª edição do Campeonato da Europa, numa competição com um formato “válido”, e aí veremos se Portugal teria ou não capacidade para derrotar a França e conquistar o título mundial de uma forma justa e, qual a prestação que a Bélgica (terceira potência europeia) poderia ter alcançado na competição. A França tem dominado a modalidade e Portugal tem-se mantido como o seu grande seguidor, mas coube a Portugal vencer mais importante competição da modalidade na sua primeira edição.

Campeonatos da Europa
Local – Ano – 1 – 2 – 3
Paris (FRA) 1992 França – Portugal – Bélgica
Londres (GBR) 1993 França – Portugal – Bélgica
Golegã (POR) 1994 França – Portugal – Bélgica
Malines (BÉL) 1995 França – Bélgica – Portugal
Verona (ITÁ) 1996 França – Portugal
Verona (ITÁ) 1998 França – Portugal – Bélgica
Wells (ÁUS) 1999 França – Portugal – Áustria
Wiesbaden (ALE) 2000 França – Bélgica – Itália
Paris (FRA) 2001 França – Bélgica – Itália
Beja (POR) 2002 França – Bélgica – Portugal
Reguengos de Monsaráz (POR) 2004 França – Portugal – Bélgica
Vermezzo (ITÁ) 2005 França – Bélgica – Espanha