quinta-feira, abril 20, 2006

Euroliga 2006:CSKA Moscovo

Será que é desta? Desde que em 1988 a actual Euroliga assumiu o formato de Final Four, esta é a quarta ida consecutiva à fase final do CSKA Moscovo, crónico campeão russo desde a queda do muro de Berlim .

Costuma-se dizer-se que a Rússia é a herdeira do poderio da URSS no basquetebol. É uma meia verdade. No basquetebol da URSS, havia uma espécie de Tratado de Tordesilhas. Jogo interior para a Rússia. Jogo exterior para os lituanos.

O desmembramento soviético não foi nada positivo para o basquetebol russo. Que viram os seus melhores jogadores a saírem para a NBA e com a excepção do excepcional jogador que é Kirilenko, ficarem pelo caminho.

Os petro-Rublos introduzidos por Abramovich e a gestão decalcada da NBA, introduzida por Sergey Kushchenko, um ex-DJ, que não teve pejo em quebrar tabus e em trazer os "malditos yankees" para jogar na fria e gélida Rússia, foram um bálsamo. O que é certo é que o CSKA Moscovo hoje é uma autêntica sociedade das nações, havendo mesmo jogadores com 2 nacionalidades.

Este ano é o ano do tudo ou nada. Para dedicar o titulo ao velho lobo, Alexander Gomelski, que faleceu recentemente. Gomelski, recorde-se foi um dos grandes mentores do basquetebol na URSS e principalmente do CSKA. Para o ataque final, foi contratado um dos grandes magos dos basquetebol europeu, o italiano Ettore Messina, responsável pelo éxito do Siena, da Selecção Italiana e do Benetton Treviso.

Vamos Então analisar os jogadores mais relevantes do CSKA Moscovo:
Papakoulas - Grécia, 2.00 M - Base - Belíssimo jogador. Jogador muito eficiente de cara ao cesto, aproveitando ser mais alto do que a maior parte dos seus oponentes directos. É um excelente distribuidor de jogo.
Panov - Rússia, 2,03 – Extremo - Poste - Um super-veterano, dos bons "velhos tempos". Com os seus 36 anos, ainda contribui com defesa, essaltos, intimidação e jogo de equipa. Aqueles que assistiam aos jogos do Benfica de Lisboa e Jean Jacques ainda se devem lembrar dele...
Matjaz Smodis - Eslovénia, 2.05 – Extremo - -
Atenção a este homem. Ao contrário da sua geração de conterrâneos, que preferiram ir para a NBA e não progrediram, Smodis preferiu ficar pela Europa. Ressaltos, triplos, defesa... as estatísticas de Smodis são do melhor.
JR Holden - Rússia, 1.85 - Base - Jogador nascido nos EUA. Fez toda a sua carreira na Europa. Jogador muito fiável. Faz uma excelente dupla com Papakoulas. É um base mais anotador do que distribuidor.
Pachoutinhe - Rússia, 1.96 - Extremo - Um dos do tempo de "Lisboa e Jacques"... Tempo de jogo é completamente residual. Apenas lá está para "cimentar" o balneário.
David Andersen - Dinamarca, 2.12 - Poste - - De nacionalidade dinamarquesa mas nascido na Austrália. Com uns braços enormes, aproveita para "limpar" a tabela, sendo o melhor ressaltador do CSKA. É um jogador muito ofensivo e excelente a jogar de costas para a tabela.
Trajan Landgon - EUA, 1.92 - Base - Formado na prestigiada Universidade de Duke, carrega o trauma de ter sido treinado pelo "Coach K". O que é mesmo que dizer que após uma bela carreira universitária, sucede uma frustrante carreira na NBA. Geralmente é isso que acontece aqueles que saem de Duke. Foi o que aconteceu com Trajan, que se teve de refugiar na Europa, primeiro no Ulker de Istanbul e agora no CSKA. Não é um grande lançador sendo antes um jogador que privilegia a "penetração" para o cesto, aproveitando as suas grandes condições fisicas. Anotador puro.
Thomas van de Spiegel - Bélgica, 2.14 -Poste -
A segunda opção para a posição de Poste, atrás de David Andersen. Sai geralmente do banco. É um jogador muito valoroso, com boas contribuições a nível de ressaltos e pontos.