Parabéns Espanha

Glória, s.f. (do lat. gloria). Fama, reputação ilustre; grande nomeada adquirida por pessoa ou coisa Lustro, luzimento; realce. Brilho, magnificência, esplendor. Causa honrosa, motivo de orgulho, de ufania Satisfação, prazer, regalo, felicidade exuberância. (…)


No passado domingo, ao final da manhã um país inteiro festejava enlouquecido com os feitos de um grupo de jovens altos, que no longínquo Japão acabavam de atingir a glória no Mundial de Basquetebol, tornando-se assim os melhores dos melhores da modalidade, e ainda por cima espalhando classe e bom jogo em cada um dos jogos do extremo oriente.
Este grupo de amigos, que agora é o mais adorado em Espanha, entraram motivadíssimos, para o jogo mais importante da história do basket espanhol, não iriam ter a ajuda da “estrela” NBA, Pau Gasol, que tudo teria dado para poder jogar a final. Mas como família que são, a ausência de Pau, não se notou e serviu como factor de motivação para todos, e durante todo o jogo poucos foram os momentos em que se sentiu a falta do jogador de Memphis, em parte pela excelente actuação do seu substituto, o seu irmão mais novo, Marc Gasol, que enquanto esteve em campo foi brilhante a defender e a atacar. Mas se Marc, foi talvez a grande revelação deste grupo, e Pau Gasol, como sempre a grande figura e MVP do Mundial, o grande destaque desta selecção é a união de todos, se os americanos destacam pelo seu individualismo, os espanhóis destacam pelo colectivo, na Selección todos jogam e todos dão o seu melhor em campo e fora dele, pelo bem de todos.

Mas a Espanhola, não ganha só pela união, ganha pelos jogadores que tem, Pau Gasol, Sergio Garbajosa, José Manuel Calderon, Sergio Rodriguez, são jogadores NBA, Juan Carlos “La Bomba” Navarro foi a estrela do Mundial júnior de Lisboa e hoje é a grande referência do FC Barcelona, que não o deixa tentar o “sonho” americano, Carlos Jimenéz é o capitão e um dos melhores defesas do basquetebol mundial, Rudy Fernandez, é a grande estrela do Joventud de Badalona, e em pouco tempo também ele estará na liga americana, Alex Mumbrú também jogou muito este ano no club de Badalona, o que levou o Real Madrid a abrir os cordões a bolsa para o contratar, no Real Filipe Reyes é peça fundamental, e Carlos Cabezas e Berni Rodriguez foram cruciais na vitória na ACB do Unicaja de Málaga, já Marc Gasol, promete seguir o passos do irmão mais velho. Se os jogadores são um conjunto de amigos que tudo dão em campo é também muito graças a um grande grupo de treinadores liderado por “Pepu” Hernandez, a antiga alma do Estudiantes, e a agora actual alma da selecção, e um excelente conhecedor da modalidade que ama desde os anos de infância qundo entrou para o Ramiro de Maeztu, colégio do Estudiantes. Começou a treinar com apenas 15 anos e desde aí nunca parou de aprender, recebe agora o prémio merecido.

Mas mais do que estrelas do basquetebol mundial, este grupo de amigos destaca pela sua humildade, no domingo depois de ganharem o mundial, não voltaram as costas aos inúmeros fãs que por eles gritavam no Hiroshima Green Arena, não se cansaram de responder a tudo o que os jornalistas queriam saber, e a cada entrevista que davam pareciam ainda mais normais. Tinham acabado de ganhar o que poucos podem sequer sonhar e estavam ali a dar autógrafos a dialogar amenamente com todos os que enlouqueciam só de os ver. A vitória na maior das competições da modalidade não os tornou arrogantes, não passaram a usar óculos de sol Armani, ou brincos de diamantes, ou fatos italianos, continuavam a ser os mesmos, e é por isso que tanto merecem esta vitória e é por isso que tão idolatrados são em Espanha! A sua estrela maior, que ganha tanto ou mais que os mais bem pagos do futebol mundial, parecia uma criança tal a felicidade do momento, acabava de cumprir o seu maior sonho e mesmo com o pé partido tinha gestos de carinho para todos. Eles sim, são o exemplo a seguir. Enorabuena campeones!!

Fotos: Agências