segunda-feira, julho 17, 2006

47º Campeonato Europeu de Hóquei em Patins

Começou hoje em Monza (Itália) a 47ª edição do Campeonato Europeu de Hóquei em Patins. Portugal apresenta novamente uma tentativa de renovar a selecção, Paulo Batista seleccionou 5 novos jogadores em relação ao último Campeonato Mundial, quando aí já tinha sido feita uma renovação com 5 novos jogadores. Está-se a tentar encetar uma renovação como aquela que os espanhóis conseguiram com sucesso, no entanto as circunstâncias não são as mesmas, não possuímos jogadores com a mesma qualidade dos jogadores espanhóis da geração de Pedro Gil e ao contrário de "nuestros hermanos" não seguimos a renovação a ponto de a levar a funcionar. Se a geração de Valter Neves, Ricardo Barreiros, Ricardo Figueira (este um pouco mais velho), Ricardo Oliveira, Carlos Silva, Pedro Afonso e Rui Ribeiro tinha muito para se tornar um sucesso, não lhes foi permitido continuar o trabalho desenvolvido, restando agora apenas Carlos Silva (estreante) e os geniais Valter Neves e Ricardo Barreiros. Se é verdade que alguns jogadores desta geração nunca me conseguiram convencer, como Pedro Afonso ou Ricardo Figueira, também é verdade que os jovens chamados a este Europeu não me parecem capazes de resolver situações realmente difíceis. Creio que seria sensato continuar a chamar alguns jogadores mais experientes, para fazer uma transição moderada para o futuro, como por exemplo Ricardo Pereira (que julgo ainda seria muito útil a esta selecção) ou Luís Viana para acompanhar os sempre úteis Reinaldo Ventura e Sérgio Silva. Não é lançar constantemente jovens às feras que se constroem selecções campeãs. Espero que no final consigam contrariar as minha previsões que apontam para uma vitória fácil da Espanha neste Europeu.

O que é verdade é que o Hóquei em Patins continua a não se respeitar a si próprio (representado pelas suas organizações) e volta a cair no ridículo neste Campeonato Europeu, senão vejamos: continuam-se a convocar árbitros que tanto dão vontade de rir como de chorar; desta vez nem as regras da modalidade estão a ser respeitadas e colocaram-se cantos redondos no ringue (!, pelo menos desta vez nada há a apontar ao piso) ; o formato do campeonato é uma anedota; e o pavilhão está vazio, não se paga entrada e quase só os jogadores das outras selecções, elementos das comitivas e organização é que assistem aos jogos, leva a pensar se terá sido boa ideia levar a organização deste campeonato para Monza. Em Portugal isto nunca acontece, consegue-se ter sempre o pavilhão com uma moldura humana aceitável, contudo em Itália a popularidade deste Desporto está em claro decrescendo e a sua promoção para este campeonato não deve ter sido a mais desejada. Num ano em que pela primeira vez uma equipa italiana se tornou campeã europeia de clubes (o AP Follonica Hockey, liderado por Sérgio Silva), mas em que a sua selecção parece ser algo medíocre apenas com os nossos conhecidos irmãos Bertolucci a dar alguma alegria ao seu jogo. A tendência do Hóquei em Patins europeu é para ficar cada vez mais bipolarizado pois cada vez mais as camadas jovens são dominadas por Portugal e Espanha, estando constantemente desde há muitos anos as equipas italianas fora das finais, até nos seniores quando em 2004 a selecção italiana sénior atingiu a final do Europeu foi a primeira vez desde 1996. Cada vez que os seus jogadores mais veteranos acabam as suas carreiras o seu Hóquei em Patins fica mais enfraquecido.

Quanto ao formato deste campeonato vou descrevê-lo e não contar uma anedota como pode aparentar. Nos últimos anos os Europeus têm-se organizado em formato de todos contra todos (Salsomaggiore 1996, Itália) ou com 2 grupos com os dois primeiros classificados a apurarem-se para as meias-finais, ficando os grupos ordenados pela classificação do último campeonato, logo o segundo e o terceiro no mesmo grupo e o primeiro noutro. Ora como a Itália foi segunda e Portugal terceiro no último Europeu isto implicaria que se a Itália ficasse em segundo do grupo jogaria obviamente com a Espanha, natural primeira classificada do outro grupo. Isto não podia ser! Então criaram-se 3 grupos de 3 equipas, onde só uma equipa fica fora dos quartos-de-final. Assim o melhor primeiro classificado joga com o pior terceiro (dos apurados) e nas meias-finais com o vencedor do jogo entre o melhor segundo e o segundo melhor segundo, tendo o caminho aberto para a final, acontece que a Itália ficou num grupo com a Áustria e a Alemanha duas selecções claramente fracas. Para piorar Portugal é o único dos cabeças-de-série que joga em dias seguidos na primeira fase.

Hoje Portugal defrontou Andorra e venceu (3-0) sem deslumbrar, fez um jogo muito desorganizado e sem soluções atacantes. Marcaram por Portugal Valter Neves, Reinaldo Ventura e Jorge Silva.

Selecção de Portugal:
1 Carlos Silva (GR)
2 Valter Neves
3 Sérgio Silva (Capitão)
4 Vítor Hugo
5 Reinaldo Ventura (Sub Capitão)
6 Tiago Rafael
7 Ricardo Bareirros
8 Jorge Silva
9 Pedro Moreira
10 João Pereira (GR)

Palmarés:
20 Portugal
12 Inglaterra e Espanha
2 Itália

Amanhã publicarei o calendário de jogos.

3 Comments:

At 8:58 da manhã, julho 18, 2006, Blogger Filipe said...

Força Portugal para mais uma vitória na final com a Espanha com porrada que ferve (que é o habitual!)

 
At 9:37 da manhã, julho 18, 2006, Blogger Martins Pringles said...

Esse jogo vai ser na meia-final, porque isto foi feito para a fraca selecção italiana ir à final.

 
At 12:58 da tarde, julho 18, 2006, Anonymous Anónimo said...

Portugal vai ganhar devido a erros do arbrito

 

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