quinta-feira, junho 29, 2006

Outra vez o doping

É já no sábado que começa a Volta França 2006, a primeira depois da era Armstrong, que por enquanto vai ficando marcada pelo enésimo escândalo de doping no mundo do ciclismo, desta vez o escândalo surgiu com a detecção por parte das autoridades espanholas de uma rede muito bem estruturada, liderada pelo “mestre” Manolo Saiz e que já há mais de dois anos o ciclista espanhol Jesus Manzano, naquele tempo ao serviço da agora extinta Kelme, havia denunciado, com o máximo rigor de detalhe. Por aqueles dias todos o acharam o maior dos loucos e teve mesmo que se refugiar na equipa da Amore & Vitta (equipa ciclista ligada à Igreja Católica Italiana) tal a repulsa que causou no meio do ciclismo espanhol, chegando por mais de uma vez a receber ameaças de morte, caso persistisse com aquelas histórias.

Manzano já por aqueles dias referia a existência de uma Clínica em Madrid por onde muitos ciclistas espanhóis e estrangeiros, bem como outros desportistas de elite passavam para serem “tratados”. Agora com a “Operación Puerto”, sabemos que era nessa Clínica onde operava o médico Eufemiano Fuentes (ex. Médico das equipas Kelme e ONCE), com um esquema bastante elaborado que passava pela recolha de sangue aos ciclistas a “tratar” para ser lavado e enriquecido com fármacos de modo a ficar um composto concentrado em globos vermelhos pronto a injectar pelos ciclistas em plena competição, especialmente antes de etapas desgastantes, como as de montanha, os tratamentos não eram grátis e fala-se agora que um conjunto de “tratamentos” anual custaria em média cerca de 40 000€.


Esta rede, era supostamente liderada pelo maior “crápula” do ciclismo espanhol Manolo Saiz (que entretanto já deixou o cargo de Director de Equipa que tinha na Liberty, não sem antes fazer dinheiro com as acções que detinha na equipa), dela faziam ainda parte segundo o processo judicial o médico Eufemiano Fuentes, Luís Merino chefe do serviço Hematológico do Hospital La Princesa de Madrid e responsável de um Laboratório de Análises em Madrid, Ignacio Labarta, director adjunto da equipa Comunidad Valenciana e Alberto León Herranz, ex-ciclista e suposto “carteiro” da rede. Tratava-se portanto de uma rede complexa, que envolvia especialistas em medicina desportiva.

Aquele que foi um dos mentores da actual Pro Tour, era o principal cabecilha desta rede de doping, onde muito provavelmente a maioria dos ciclistas da Liberty Seguros-Wurth, iam buscar as suas energias. Vale a pena lembrar os constantes casos de possível doping (taxas elevadas de hematocrito no sangue) detectados ao longo da ultima época em ciclistas da actual Astana-Wurth (que irá competir no Tour), começando pelo português Nuno Ribeiro que ficou arredado do Giro e que depois qual Deus da Justiça Saiz condenou com o despedimento, para tapar o podre, seguiu-se passado pouco tempo o caso de Isidro Nozal, pelo qual Saiz dizia pôr as mãos no fogo, no entanto o esquema já não poderia ser tapado por muito mais tempo depois do doping de um dos maiores ciclistas espanhóis do presente Roberto Heras, que Saiz insistiu sempre em defender, para quiçá poder ainda salvar a sua parte.


Apesar da constante suspeição que causavam os atletas da Liberty foi só no passado mês de Maio que todo este esquema foi desmontado, pela Guardia Civil, segundo os dados do processo que o El Pais agora divulga, este esquema não se ficava nem pela Liberty, nem por Espanha, em concreto, são 58 os ciclistas mencionados como clientes da rede, dos quais se destacam nomes como Jan Ullrich, Ivan Basso, Joseba Beloki, Roberto Heras, Tyler Hamilton, Santiago Botero, Quique Gutiérrez “el búfalo” (que tão bem esteve no último Giro), Santi Pérez, Francisco Mancebo ou Angel Edo (bem conhecido dos portugueses). Como bem sabemos em Portugal até ao trânsito em julgado, todos estes ciclistas beneficiam do estatuto de inocentes, mas nesta lista aparecem referidos dois ciclistas - à altura do “positivo”, da Phonak – Santi Pérez e Tyler Hamilton que cumprem já penas de suspensão por doping. Ambos deram positivo por transfusão e ambos reclamaram sempre a inocência, Tyler levou mesmo o seu caso aos limites da imaginação, alegando que aquando do seu nascimento teria sido sujeito a uma hipotética transfusão de sangue de um irmão, que segundo o próprio teria sido o motivo do positivo nos Jogos Olímpicos. Estes ciclistas, segundo noticía a Cadena SER, estão suspensos de prática de actividade desportiva, por 2 anos, o que a meu ver é uma pena insignificante, que faz com que o doping no ciclismo seja um bom investimento, para ciclistas que queiram dar o salto de qualidade que lhes permita conseguirem o contrato das suas vidas. Para o bem desta modalidade é necessário rever as penas aplicadas por doping, para estes casos as penas nunca deveriam ser inferiores aos 5 anos de suspensão. O ciclismo tem sido constantemente bombardeado com estas notícias, é bom que este caso espanhol não caia em esquecimento como muitos outros caíram e se condenem todos os culpados para que o ciclismo volte a ter uma nova vida. Algo que não será fácil, caso estes nomes se confirmem.

Cartoon; elroto - El País; Foto: Min. Interior Espanhol

5 Comments:

At 4:34 da tarde, julho 06, 2006, Anonymous Anónimo said...

Lindo!!!!!!!
Todos lá para dentro!

É por isso que o nosso Agostinho nunca ganhou um Tour????

A a 2ª sentença devia ser iradiação para sempre enquanto não divulgassem a rede!

 
At 4:34 da tarde, julho 06, 2006, Blogger Martins Pringles said...

O Agostinho nunca ganhou um Tour mas ganhou 5 Voltas a Portugal, das quais lhe retiraram duas devido a doping!!!! Se calhar em França os outros andavam melhor artilhados que o Jaquim!

 
At 4:35 da tarde, julho 06, 2006, Anonymous Anónimo said...

o ciclismo é o desporto mais justo de todos. como todos se injectam estão todos em iguais circunstancias!
é ridiculo mas é justo :)

 
At 4:35 da tarde, julho 06, 2006, Blogger Martins Pringles said...

Estive a ver o esquema no El País e isso parece muito bom, tenho que falar com o Manolo para ver se ele me arranja ums "bombas" dessas para antes da próxima Mini-maratona! É pena ser tão caro...

 
At 2:03 da tarde, dezembro 29, 2006, Anonymous Anónimo said...

Keep up the good work
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