segunda-feira, janeiro 30, 2006

Enviado especial à Suíça (parte 2)

Dia 3
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Teve lugar no dia 28 a 2ª jornada para os grupos A e B.
No grupo A a Suíça conquistou o seu primeiro resultado positivo ao arrancar um empate nos últimos segundos frente à Polónia. A Polónia liderou o marcador durante quase todo o encontro mas, incrivelmente, a diferença de golos nunca foi superior a 2. A 15 minutos do fim Bartosz Jurecki (5 golos em 5 remates) empatou o jogo e daí até ao final as equipas revezaram-se a marcar acabando o suíço Pascal Jenny por marcar o último golo da partida a 15 segundos dos 60.
Já a Ucrânia não conseguiu melhorar o resultado do 1º jogo ao tornar a perder desta feita com a poderosa selecção eslovena por 33-31. A Ucrânia até nem começou mal quando a meio da 1ª parte conseguiu um parcial de 7-0 passando a liderar o marcador até ao intervalo. A 2ª parte foi equilibrada mas a 10 minutos do fim a equipa dos Balcãs, liderada pelos 9 golos de Siarhei Rutenka, consegue um parcial de 4 golos sem resposta que os ucranianos sentiram fortemente.
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No grupo B, o Espanha vs França reunia todas as atenções do dia. E que dia para o francês Nikola Karabatic e para o espanhol Iker Romero ambos com 10 golos. O jogo foi inesperadamente desequilibrado. Aos 12 minutos já os espanhóis venciam por 7-1 tendo conseguido 7 golos consecutivos entre Iker Romero e Alberto Entrerrios, situação que se iria repetir durante o jogo visto que os central e lateral esquerdo juntamente com Albert Rocas marcaram 22 dos 29 golos espanhóis. O resultado de 17-9 ao intervalo espelhava a superioridade dos actuais campeões do mundo e manteve-se durante o resto do encontro. No fim o marcador mostrava 29-26 a castigar a fraca exibição dos gauleses de Claude Onesta.
No outro jogo do grupo a Alemanha bateu a Eslováquia sem surpresa. A superioridade alemã foi evidente durante todo o jogo permitindo a Heiner Brand a gestão do plantel de forma a encarar o resto da competição com a máxima frescura física possível. A Alemanha venceu por 31-26.
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Dia 4
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Chegou o dia de todas as decisões para algumas equipas como a portuguesa, mas já lá iremos ao grupo D.
No grupo A o jogo mais importante era o Suíça vs Ucrânia. A Suíça tinha a dupla vantagem de jogar perante o seu público e precisar apenas de um empate para se qualificar, mas como essa vantagem era apenas teórica acabou por se tornar um final de tarde desolador para os milhares de suíços que encheram a arena de Kreuzbleiche em St. Gallen. A Ucrânia impôs o seu jogo durante os 60 minutos nunca se encontrando atrás no marcador. Ao intervalo já vencia por 21-14 e no final comemorou a qualificação para a fase principal de grupos com uma vitória por 37-30. Entre Stetsyura, Shel'Menko e Andryushchenko a Ucrânia conseguiu 21 golos que soma 27 com os 6 golos em 9 remates do nosso Yuriy Kostetskiy (o jogador do Madeira SAD é o único estrangeiro a jogar em Portugal presente na Suíça).
No outro jogo do grupo A a Eslovénia fez o pleno de vitórias ao derrotar a Polónia que, ainda assim, manteve o 2º lugar do grupo. Mais uma vez o jovem lateral Siarhei Rutenka rubricou uma exibição digna do seu estatuto de estrela maior desta selecção tendo marcado 10 golos (3 de 7m) nos cerca de 34 minutos que esteve em campo.
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O grupo mais espectacular desta fase, o grupo B, tinha mais uma vez um jogo de estrelas, desta feita a campeã europeia Alemanha defrontaria a ex campeã mundial França mas o equilíbrio que se previa não existiu, ou melhor, não existiu na 2ª parte. A Alemanha começou bem tendo liderado o marcador até meio da 1ª parte mas o jogo mudaria e ao intervalo já os gauleses venciam por 13-11. Na 2ª parte só "deu" França que chegou a ter uma vantagem de 8 golos. O resultado final foi 27-25 e a Alemanha fica numa posição de dependência para a próxima fase de grupos se quiser renovar o título. De destacar as 17 defesas do guarda-redes francês Thierry Omeyer.
A Espanha colocou a Eslováquia no seu lugar, isto é, na última posição com 0 pontos, após a vitória por 34-25. A missão dos eslovacos era ingrata tendo em conta que seria difícil encontrar adversários mais difíceis num só grupo. Para a história fica o domínio dos espanhóis que lideraram o jogo desde o 1º minuto e também os últimos 7 minutos em que os espanhóis marcaram 6 golos sem resposta.
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Relativamente ao grupo C, estava apenas por definir a ordem dos 3 primeiros classificados visto que a Hungria já tinha comprado o bilhete de volta para casa e apenas cumpria calendário frente à Islândia. Este era um jogo sem qualquer importância para os islandeses visto que o resultado com os eliminados desta fase de grupos não é transposto para a classificação da próxima fase. Posto isto, a Hungria fez o brilharete de bater a Islândia que aproveitou para rodar os seus jogadores e poupar os mais utilizados, o que não impediu Snorri Gudjónsson de marcar 10 golos em 11 remates (4 em 4 de 7m) em apenas 40 minutos que esteve em campo. Ao intervalo o 15-14 a favor dos húngaros espelhava o equilíbrio da 1ª parte mas na 2ª parte o jogo foi diferente, o domínio dos húngaros foi evidente e acabaram por vencer 35-31.
O Dinamarca vs Sérvia-Montenegro teria consequências mais importantes no futuro destas 2 equipas na competição. A vitória da Dinamarca, 33-29, colocou os sérvios em maus lençóis. O 1º golo do jogo apontado por Nikolic colocou os sérvios na frente do marcador pela única vez no jogo tendo mesmo estado a perder por 8 golos de diferença a meio da 1ª parte. O 19-12 ao intervalo a favor dos dinamarqueses revelava o domínio destes na partida liderados pelos 9 golos de Soren Stryger (5 em 5 de 7m) e pelos impressionantes 7 golos em 7 remates de Michael Knudsen. Na fase final do encontro os sérvios equilibraram a partida mas nos decisivos 2 minutos finais prevaleceu o poderoso contra-ataque nórdico. Em destaque esteve Kasper Hvidt, o guarda-redes dinamarquês conseguiu 18 defesas colocando os sérvios no 3º lugar do grupo e os dinamarqueses no 1º.
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Finalmente no grupo D, o grupo de Portugal, os resultados não correram de feição sendo que iremos receber a nossa selecção antes do desejado. No “mata-mata” frente à Noruega os lusos acusaram a pressão e fizeram uma exibição medíocre tendo estado a perder 17-12 ao intervalo. Antes disso, graças a uma boa defesa e contra-ataques rápidos, os portugueses chegaram aos 20 minutos de jogo na frente por 1 golo, 10-9, e aí começou o descalabro. Nos próximos 5 minutos os noruegueses conseguiram 7 golos sem resposta principalmente através de perdas de bola no ataque português e contra-ataques rapidíssimos e eficazes. Nunca mais Portugal conseguiu recuperar essa vantagem tendo mesmo os noruegueses conseguido dilatar a diferença. Resta dizer que o extremo esquerdo do Sporting, Ricardo Dias, esteve bastante bem ao apontar 6 golos em 6 remates e também que o melhor marcador do encontro foi o norueguês Frank Loke com 8 golos. Com este resultado os pupilos de Mats Olsson regressam a casa com o penúltimo lugar apenas à frente da Eslováquia por diferença de golos.
Surpreendentemente a Rússia impôs-se à Croácia por 30-29. Ao intervalo os russos venciam por 5 golos de diferença, 17-12, mas na 2ª parte os croatas conseguiram equilibrar o jogo, nomeadamente, nos últimos 5 minutos, quando conseguiram marcar 4 golos sem sofrer nenhum mas que não chegou para empatar. Mais uma vez o central croata Ivano Balic fez uma excelente exibição com 9 golos e várias assistências. Do lado russo o protagonismo dividiu-se entre o lateral Rastvortsev e o central Kokcharov com 10 e 7 golos respectivamente. Desta forma, os russos conquistaram o 1º lugar do grupo com pleno de vitórias relegando a equipa de Lino Cervar para o 2º lugar.

Ficam algumas fotos para homenagear a presença, embora fracassada, de Portugal:
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