Jogo Histórico: Os ataques do 'Pirata' (Ciclismo)
Classificação:
1. Marco Pantani (Itá) Mercatone Uno-Albacom 4.15.11 (35.03 km/h)
2. Lance Armstrong (EUA) US Postal Service m.t.
3. Joseba Beloki (Esp) Festina a 0.25
4. Jan Ullrich (Ale) Team Deutsche Telekom a 0.29
5. Santiago Botero (Col) Kelme-Costa Blanca a 0.48
6. Roberto Heras (Esp) Kelme-Costa Blanca m.t.
7. Richard Virenque (Fra) Team Polti a 1.17
8. Francisco Mancebo (Esp) Banesto a 1.23
9. Manuel Beltran (Esp) Mapei-Quick Step a 1.29
10. Christophe Moreau (Fra) Festina a 1.31
A etapa que vou comentar é uma das que mais me marcou como adepto do Ciclismo, é uma etapa onde o esforço, determinação e espírito de sacrifício de um ciclista prevaleceram até à merecida vitória final. Marco Pantani - o ciclista mais espetacular e o melhor trepador que vi correr, um dos ciclistas mais amados pelos adeptos (algo que não se conquista por acaso) - insistiu persistentemente na vitória desta etapa, quando parecia derrotado voltava a insistir e perto do final só Lance Armstrong aguentou o seu ritmo e o acompanhou até à meta, onde pareceu condescender na vitória do 'Pirata' (algo que magoou e feriu o orgulho de Pantani). Contudo, as principais qualidades que tornaram Marco Pantani um ciclista mítico sobressaíram nesta etapa como só voltaria a acontecer três dias depois, no último brilho do 'Pirata', uma etapa a que também irei fazer referência.
O Tour de 2000 proporcionava o esperado duelo entre os três principais ciclistas que tinham marcado as últimas épocas do Tour. Marco Pantani, Jan Ullrich e Lance Armstrong tinham vencido as últimas três edições do Tour de France mas era a primeira vez que se defrontavam. Ullrich e Pantani já tinham efectuado duelos interessantes nas edições de 1997 e 1998 - enquanto Armstrong lutava contra um cancro -, com predominância na montanha para Pantani e no contra-relógio para Ullrich, cada um tinha vencido uma vez.
Marco Pantani (13-01-1970) foi, em 1998, o primeiro trepador nato a vencer o Tour após mais de duas décadas de vitórias de contra-relogistas que se aguentavam bem nas montanhas, derrotou Ullrich de forma incontestável com uma superioridade tal que nem os seus resultados nos contra-relógios o podiam derrotar (onde perdeu no total 7 minutos e 39 segundos para Ullrich), num ano em que tinha vencido também o Giro d'Italia. Já era, no entanto, um ciclista consagrado, no seu segundo Giro, em 1994, terminou na segunda posição atrás de Evgeni Berzin e à frente de Miguel Induráin, depois de nas primeiras etapas de montanha ter perdido tempo a tentar ajudar o seu chefe-de-fila Claudio Chiappucci, no mesmo ano termina em terceiro no Tour e vence a classificação da Juventude. No ano seguinte não participou no Giro devido a um acidente, no Tour vence duas etapas de montanha e volta a ser o primeiro da classificação da Juventude, consegue ainda a medalha de bronze no Campeonato do Mundo. No final deste ano cai na clássica Milano-Torino partindo a perna em dois sítios, chegou-se a falar que seria o final da sua carreira. Voltou à competição no Giro de 1997, mas caiu derrubado por um gato preto, abandonou a prova e regressou no Tour onde vence mais duas etapas de montanha (estabelecendo o recorde de subida do Alpe d'Huez) e termina em terceiro penalizado pelos seus resultados nos contra-relógios. Depois do seu ano de glória, em 1998, e quando parecia que os bons tempos não tinham terminado, é desclassificado do Giro de 1999, a faltar disputar apenas uma etapa de montanha e com a prova a seus pés (com quatro vitórias em etapas e todos os rivais a considerável distância), após suspeita de uma elevada taxa de glóbulos vermelhos no sangue (nunca provada). O seu regresso deu-se no Giro do ano 2000 onde decidiu participar apenas no dia anterior, não fez uma competição impressionante, mas foi determinante na vitória final do seu companheiro de equipa Stefano Garzelli.
Jan Ullrich (02-12-1973) correu o seu primeiro Tour em 1996 e logo se revelou um prodígio do Ciclismo, ajudou o seu chefe-de-fila (Bjarne Riis) a vencer a competição e ainda conseguiu ser segundo vencendo obviamente a classificação da Juventude. No ano seguinte vence o Tour, triunfando num contra-relógio com 3 minutos de vantagem sobre o segundo classificado (o único na história do Tour), mostrando que era um ciclista notável e tinha chegado para marcar uma época no Ciclismo, com uma idade muito jovem não deixava dúvidas que era o ciclista com mais capacidades do pelotão internacional, era um contra-relogista de referência e um trepador com uma cadência muito forte e regular, desde aí deixou sempre a sensação que esta não seria a sua única vitória no Tour. No ano seguinte perde o Tour para Pantani, depois deste ter encetado uma fuga impressionante numa etapa de montanha em condições adversas, parecia que o talento de Ullrich ainda estava acompanhado de alguma inexperiência, contudo, fica em segundo e vence pela terceira vez consecutiva a classificação da Juventude. Em 1999, não participa no Tour devido a lesão, participa na Vuelta a España e vence naturalmente, nesse ano vence também o Campeonato do Mundo de contra-relógio, competição onde já tinha sido terceiro em 1994 (!). O ciclista com mais potencialidades da actualidade não era um ciclista que se preparasse para as provas nas melhores condições, este ano não foi excepção e muito se falou do peso e saúde de Ullrich antes do Tour, no entanto, não era prudente menosprezá-lo.
Lance Armstrong (18-9-1971) vinha de uma vitória no Tour, numa prova em que tinha vencido 4 etapas deixando Alex Zülle a mais de 6 minutos (aproximadamente o tempo ganho após uma queda em que cerca de metade do pelotão fugiu aos restantes), contudo, ainda tinha algo a provar, pois, o facto de ter mostrado que era um excelente ciclista não era suficiente para Lance, tinha que ser o melhor e para ser o melhor tinha que derrotar os melhores. Começou a sua carreira de atleta no Triatlo, onde com 14 anos já competia com adultos, aos 17 anos opta pelo Ciclismo afirmando que se não se tornasse o melhor da modalidade trocaria por outra onde o fosse. É curioso que na sua primeira prova como profissional, a Clasica de San Sebastian de 1992, terminasse na última posição – não foi certamente um prenúncio da sua carreira. No ano seguinte, com 22 anos, vence o Campeonato do Mundo (enquanto Ullrich vence a prova de amadores) isolado depois de ter vencido uma etapa do Tour, neste seu início de carreira parecia talhado para disputar clássicas de um só dia. Em 1995 vence outra etapa no Tour e a Clasica de San Sebastian! Começa bem o ano de 1996, mas desiste do Tour e é uma desilusão nos Jogos Olímpicos, no entanto, o pior ainda estava para vir: é-lhe diagnosticado um cancro. Só regressa no final de 1998, mas regressa forte, começa por apresentar-se finalmente como um ciclista preparado para disputar as grandes Voltas, vence a Volta ao Luxemburgo e fica em 4º na Vuelta a España e nos Campeonatos do Mundo de estrada e contra-relógio. O trabalho e a preparação para as competições eram a base do seu sucesso.
Antes da 12ª etapa Marco Pantani era 24º e já tinha perdido muito tempo (10 minutos e 34 segundos) - talvez devido à sua pouca preparação no regresso à competição - para o líder da classificação geral, Lance Armstrong, repartido por contra-relógios e um mau início nas etapas de montanhas (perdeu 5 minutos e 10 segundos na 10ª etapa), Ullrich era segundo e estava a 4 minutos e 14 segundos (3 minutos e 19 segundos na 10ª etapa). O esperado duelo de “Titãs” parecia condenado à superioridade de Armstrong e a emoção ameaçava escassear, mas o melhor ainda estava para acontecer.
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Mto bom! É sempre bom relembrar os feitos do Pirata, um dos maiores de sempre no ciclismo...
Que para os mais distraidos, é bom relembrar que nunca deu postivo em nenhum controlo anti-doping...
curioso que eu pensava que sim, que tinha sido apanhado no fim da sua carreira.
Engraçado!
metia tanta bomba para dentro que até se matou com uma valente depressão nos cornos.
os ciclistas são todos iguais, tudo gosta do veneno!
Eu não tinha doping quando o meu marido CJ Hunter foi apanhado.
Também não tinha doping quando o meu marido actual Tim Montgomery foi apanhado!
Depois, porque não tinha medo de ser apanhada engravidei.
A seguir quando as minhas provas corriam mal e estava a passar vergonha tanto nos 100m e no salto em comprimento não "tomei" EPO!!!
São tudo coincidências!
Enjoyed a lot! » » »