terça-feira, julho 04, 2006

L'Italia s'è desta

A alegria de uns é a tristeza de outros. Porquê? Como? devem estar a perguntar-se milhões de alemães a esta altura, com grande angústia. Em Itália, pelo contrário Porquê? Como? são sinónimo de festa, que não terá fim tão cedo, acreditam agora os "azurri"...


A Itália já está na grande final de Berlim, depois de ter feito um dos seus melhores jogos em mundiais, controlou o jogo de inicio a fim, e raros foram os momentos em que se fechou na defesa e especulou com o resultado. Foi tal o domínio italiano, que no final da 1ª parte as estatísticas davam 58% de posse de bola para os “azurri” o que nos tempos gloriosos do “catenaccio” (de Herrera e companhia) seria mais do que motivo para o despedimento do seleccionador Lippi - que ficará certamente na história depois do jogo de hoje como o treinador mais ofensivo de Itália, ou talvez o mais louco!

Muita da culpa, do jogo em momentos brilhante, dos italianos é da selecção alemã que hoje parecia irreconhecível para quem viu o futebol ofensivo e intenso que praticaram no início do mundial. Esta noite, nada parecia sair bem aos alemães que notaram muito a falta de Frings e de Ballack, que esteve irreconhecível ao longo de todo o jogo, e assim sem os dois motores da equipa e com Klose muito estático, os alemães limitaram-se a defender o 0-0, esperançados em fazer no desempate de grandes penalidades, mais uma vez verdadeiro o “ditado” do Sr. Lineker.

Mas voltemos à Itália. Poucos a reconheceriam, não parecia a Itália que todos conhecem, consistente na defesa, consistente no meio campo e efectiva no ataque, capaz de ganhar a adversários como a Austrália apenas no último minuto (sem saber como) e ao mesmo tempo vencedora de três mundiais. A Itália que hoje jogou, no Westfalenstadion de Dortmund, estádio e cidade míticos para os alemães – onde a "mannschaft" nunca tinha perdido – era um misto de “joga bonito” com “catenaccio” muito sólida na defesa, mas ao mesmo tempo com laterais que não se limitavam a defender, a meio campo o incansável Gattuso - descendente directo do “catenaccio”, deu a segurança necessária para Pirlo, Totti e companhia poderem brilhar, e os senhores do ataque não pararam ao longo dos 90 minutos. Apesar de ter feito uma aposta clara pelo ataque, poucos esperavam pelos atos de loucura que afectariam Lippi em pleno prolongamento – talvez ciente de que a Alemanha é imbatível em desempates por grandes penalidades – Lippi pôs toda a “artilharia” em campo, Iaquinta entrou, pasme-se o mais incrédulo dos leitores para o lugar de Camoranesi, e de seguida, não contente Lippi, enganou todos os italianos quando fez entrar Del Piero para o lugar de Perrotta (e não para o lugar de Totti). Nunca saberemos se Lippi estava hoje sobre o efeito de alguma “droga” mais forte ou sequer se, se deu conta em algum momento do prolongamento que estava a jogar com 5 homens de carácter puramente ofensivo – talvez quisesse entrar como Felipão para o Livro dos Records da famosa cerveja – o que é certo é que a Itália jogou grande parte do prolongamento num 4-1-2-3 ou para sermos mais exactos num 4- (Gattuso) -5. E quem arrisca assim só pode ter um prémio. Parabéns Marcello!



Fotos: A festa italiana; por Giampaolo Macorig

7 Comments:

At 5:58 da tarde, julho 06, 2006, Anonymous Anónimo said...

Excelente artigo, bonitas fotos (embora pudesses captar umas italianas festivas mais de perto).

Primeiro quero dizer que tanto no Milan como na Azurri, Pirlo joga bastante recuado, mesmo atrás de Gattuso, apesar de ter começado a carreira com nº10 (até foi campeão euruopeu de juniores contra Portugal nessa posição). Por isso os 5 jogadores puramente ofensivos é, talvez, um pequeno exagero!

Quanto à Itália devo dizer que foi o jogo que mais prazer me deu ver jogar por várias razões.
1ª Porque os alemães perderam
2ª Por ver jogar o melhor jogador deste mundial no seu melhor jogo - Fabio Cannavaro
3ª Porque os alemães perderam
4ª Pela intensidade do jogo
5ª Porque os alemães perderam
6ª Porque os italianos atingiram a sua 6ª final do campeonato do mundo e ficam a par de Alemanha e Brasil com mais finais.
7ª Porque os alemães perderam
8ª Por todo o ambiente, espectáculo, oportunidades de golo, 120 minutos de jogo, etc.
9ª Porque os alemães perderam e mesmo no fim :)

 
At 5:58 da tarde, julho 06, 2006, Blogger Martins Pringles said...

Alemanha e Brasil têm 7 finais. o ponto 6 fica assim inválido.

 
At 5:59 da tarde, julho 06, 2006, Anonymous Anónimo said...

Eu acho que foi um jogos fraco na 1ª parte em oportunidades de Golo. Só no prolongamento é que assistimos a um bom jogo!

Não acham que o Totti parecia estar a mais?
Pirlo foi alvo de uma revolução, pois é dos primeiros "regista" que tem a classe de um 10. Na altura foi um escandalo, e ele demorou a adaptar-se, agora o Milan tem a vantagem de ter um jogador que é um dos melhores do Mundo (se não o melhor) naquela posição!

 
At 5:59 da tarde, julho 06, 2006, Anonymous Anónimo said...

O Totti esteve fora de forma durante o Campeonato todo!

Esperemos que fique assim inclusivé na final contra Portugal!

 
At 6:00 da tarde, julho 06, 2006, Anonymous Anónimo said...

La piú bela Squadra!

 
At 6:00 da tarde, julho 06, 2006, Anonymous Anónimo said...

A França é para derreter... 3-0 sabe a pouco. A Squadra tem um nível muito superior à França. Forza Azurra põe os franceses no seu lugar! (o seu lugar até devia ser fora do pódio.)

 
At 9:42 da manhã, julho 07, 2006, Anonymous Anónimo said...

domenica siamo tutti italiani! Forza Ital... Forza Azzurri!! Kazzo per Berlusconni!=)

 

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