quinta-feira, agosto 31, 2006

Sugestão de Leitura: Milan Lab

Nos últimos meses, para pena dos amantes do desporto tem-se ouvido falar insistentemente de doping, novos casos tem surgido a ritmo extraordinário, provando que os que utilizam a medicina desportiva para falsear o desporto estão cada vez mais avançados.

É portanto, com alguma esperança num desporto mais limpo que vos recomendo a leitura do artigo de Martí Perarnau “Las Claves del Milan Lab”. Milan Lab é o Centro de Medicina Desportiva do AC Milan, tem sede em Milanello e é o exemplo de como a medicina desportiva de excelência pode ser uma valiosa mais-valia para o alcançar do sucesso desportivo. Ao compreendermos melhor a história do Milan Lab, percebemos como é que jogadores: como Costacurta, de 40 anos, Maldini de 38, Cafú de 36 ou Serginho de 35 parecem autênticos jovens quando entram em campo.


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quarta-feira, agosto 30, 2006

Bruno Pais e Vanessa Fernandes no Campeonato do Mundo de Triatlo de Lausanne

Bruno Pais, triatleta que compete pela equipa do Belenenses, vai estar no fim-de-semana em Lausana, para participar na competição de Elites da modalidade. Pais é o melhor português no ranking mundial – é oitavo – e, nesta inclusão na selecção nacional, é acompanhado por Duarte Marques, n.º 77, em termos masculinos. Na prova feminina, a grande esperança nacional num bom resultado, está depositada na tricampeã europeia de triatlo, Vanessa Fernandes. A atleta do Benfica procura na cidade suíça o título de campeã do Mundo, um dos poucos troféus internacionais que lhe faltam no currículo, a par do ouro olímpico.
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A selecção portuguesa é composta por oito elementos e integra ainda a campeã mundial júnior Anaís Moniz, que neste escalão tem a companhia de José Estrangeiro, Miguel Arraiolos e João Silva. A participação lusa inclui também João Cavaleiro que vai competir em sub-23.
Portugal estará representado com os atletas:

Elite Feminina
Vanessa Fernandes (SL Benfica)

Elite Masculina
Bruno Pais (CF Belenenses)
Duarte Marques (SR Camarnal)

Sub23 Masculinos
João Cavaleiro (CF Belenenses)

Juniores Femininos
Anaís Moniz (CF Belenenses)

Juniores Masculinos
Miguel Arraiolos (CF Belenenses)
José Estrangeiro (SR Camarnal)
João Silva (CF Belenenses)

terça-feira, agosto 29, 2006

Ticha Penicheiro na Final da WNBA/2006

A "nossa" Ticha Penicheiro está de volta à luta. As Sacramento Monarchs, actuais campeãs da WNBA, alcançaram as WNBA Finals, defrontando as vencedoras do campeonato de 2003, as Detroit Schock.

As duas equipas tiveram percursos muito semelhantes. Ambas terminaram na segunda posição na respectiva Conferência. As Monarchs, no Oeste, com um saldo de 21 vitórias e 13 derrotas e as Schock, no Este, com um balanço de 23 vitórias e 11 derrotas . Por via de terem tido mais vitórias, as Schock irão beneficiar do factor casa.

Nos "Playoffs", de destacar o facto de as Monarchs ainda não terem sofrido qualquer derrota nesta fase. Nas meias-finais, eliminaram as Houston Comets por 2-0, tendo na final de Conferência "aplicado" o mesmo resultado às LA Sparks.

Quanto a Detroit, nas meias-finais, "varreram" as Indiana Fever por 2-0. Na final de Conferência, sofreram a primeira derrota, tendo no entanto ganho a eliminatória por 2-1, contra as Connecticut Sun.

Como já foi referido, as Detroit Schock foram campeãs em 2003. São treinadas por
Bill Lambeer, lendário Bad Boy dos Detroit Pistons que ganharam dois campeonatos da NBA no final da década de 80. Detroit tem um plantel muito profundo e com quatro grandes estrelas:

1. Cheryl Ford, filha de Karl Malone (arqui-inimigo de... Bill Laimbeer) e que é um clone de seu pai na qualidade de jogo.

2. Ruth Riley. Campeã olímpica em Atenas 2004 e MVP das Finals/2003. Este ano tem sido ofuscada por Ford e os seus números ressentiram-se.

3. Swin Cash. Campeã Olímpica em 2004. A jogadora mais versátil e mais completa das Detroit .

4. Katie Smith. Também ela ganhou o ouro em Atenas/2004. Uma das melhores anotadoras de sempre da História da WNBA. Embora na fase descendente da sua carreira, é muito perigosa, disparando de qualquer posição.

Quanto às Monarchs, assentam o seu jogo essencialmente em Yolanda Griffith, uma super-veterana (36 anos) muito sólida. Também ela foi campeã olímpica em Atenas/2004 e em 99 foi eleita MVP da WNBA.
Yolanda tem três fieis escudeiras:

1. A nossa Ticha Penicheiro, que apesar de cada vez menos contribuir com pontos e assistências, ainda tem um papel importante na equipa, nomeadamente pelo ascendente que tem no balneário.

2. Kara Lawson, uma jogadora muito combativa e que durante os playoffs, aumenta a sua média de pontos em cerca de 4 pontos, relativamente à "regular season".

3. Erin Buescher, eleita como a jogadora com maior progressão da WNBA em 2006.

Feita a análise das equipas em contenda, julgo que o favorito é a equipa dos Detroit Schock. Por 3 motivos: maior qualidade do plantel, beneficiarem do factor casa e o facto de as jogadoras de Detroit serem mais jovens, ao passo que as Monarchs já acusam a passagem do tempo.

Por fim, referir ainda que a Final da WNBA é à melhor de 5, ou seja, que será declarada vencedora a equipa que ganhar primeiro 3 jogos.

Eu cá vou apoiar Ticha Penicheiro e torcer pela vitória das Monarchs.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Ciclismo: Floyd Landis - batoteiro ou humano?

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Foi o protagonista da Volta a França 2006 pelos melhores e piores motivos. Tal como o 1001Desportos noticiou oportunamente, Landis foi desclassificado do Tour deste ano por ter acusado positivo num teste antidoping na 17ª etapa, quando recuperou cerca de sete minutos e meio ao camisola amarela. Na etapa anterior, Landis, que era considerado o favorito a ganhar a prova pela forma com esta estava a decorrer, perdeu cerca de oito minutos para o espanhol Óscar Pereiro. Chegou a Paris de amarelo mas a desilusão chegou uns dias depois com o anúncio da desclassificação por parte da organização da prova e confirmado pela direcção da sua equipa, a Phonak Hearing Systems.
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O último de Agassi

Andre Agassi, talvez o mais mediático e cativante jogador de ténis da era moderna, inicia hoje aquele que segundo o próprio, será o seu último torneio no circuito ATP - o US Open. Passados 20 anos, da sua estreia, no maior, dos torneios americanos, com apenas 16 anos, Agassi, põe assim fim a uma extraordinária e brilhante carreira no competitivo mundo do ténis mundial. Em mais de 21 anos de carreira, conseguiu 60 torneios individuais, entre os quais 8 Grand Slams, e espalhou o seu charme e desportivismo pelos quatro cantos do mundo. Assim como é já marca do 1001Desportos, tentaremos fazer em breve a devida homenagem ao tenista de Las Vegas e à sua brilhante carreira.

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quinta-feira, agosto 24, 2006

Futebol: Rogério Ceni já tem 64 golos

O goleiro brasileiro do São Paulo FC, Rogério Ceni, tornou-se, no último fim-de-semana, no guarda-redes com mais golos da história do futebol mundial. No jogo contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte, a contar para o campeonato brasileiro de futebol, Ceni começou por defender um penalti quando o São Paulo já perdia por 2-0. Depois, não contente, avançou no terreno para, de livre e a passe de um colega, rematar para história. Um golão de Ceni dava-lhe o recorde com 63 gols. No entanto o São Paulo ainda estava a perder e, logo depois, Ceni cobrou um penalti e, para além de elevar o seu recorde, deu o empate aos paulistas que persistiria até ao fim do jogo.

Guarda-redes com mais golos marcados:
1º Rogério Ceni (Brasil) - 64 (23 penaltis)
2º José Luis Chilavert (Paraguai) - 62 (45 penaltis)
3º René Higuita (Colômbia) - 41 (37 penaltis)
4º Jorge Campos (México) - 40 (9 penaltis)
5º Hans Jörg-Butt (Alemanha) - 27 (27 penaltis)
6º Dimitar Ivankov (Bulgária) - 25 (25 penaltis)
7º Marco Antonio Cornez (Chile) - 24 (24 penaltis)



Rogério Ceni iguala o recorde de 62 golos de Chilavert contra o Chivas Guadalajara, no México, na meia-final da Copa Libertadores 2006.

Liga dos Campeões 2006/07: Sorteio 1ª Fase (Futebol)

A competição mais importante de clubes a nível mundial já teve o seu início mediático e agora os corações dos adeptos mais fervorosos aguardam impacientemente o início da mesma. O sorteio da 1ª Fase da Liga dos Campeões 2006/07 - que contará pela primeira vez com a presença de três equipas portuguesas - decorreu há momentos no Mónaco e ditou o seguinte acasalamento para os grupos:

Grupo A
FC Barcelona (Esp)
Chelsea FC (Ing)
SV Werder Bremen (Ale)
PFC Levski (Sofija, Bul)

Grupo B
FC Internazionale Milano (Itá)
FC Bayern München (Ale)
Sporting CP (Por)
FC Spartak Moscva (Rús)

Grupo C
Liverpool FC (Ing)
Philips SV (Eindhoven, Hol)
FC Girondins de Bordeaux (Fra)
Galatasaray SK (Tur)

Grupo D
Valência CF (Esp)
AS Roma (Itá)
Olympiacos CFP (Gré)
FC Shaktar Donetsk (Ucr)

Grupo E
Real Madrid CF (Esp)
Olympique Lyonnais (Fra)
FC Steaua Bucuresti (Rom)
FC Dynamo Kyiv (Ucr)

Grupo F
Manchester United FC (Ing)
The Celtic FC (Esc)
SL Benfica (Por)
FC Kobenhavn (Din)

Grupo G
Arsenal FC (Ing)
FC Porto (Por)
CSKA Moscva (Rús)
Hamburger SV (Ale)

Grupo H
AC Milan (Itá)
Lille OSC (Fra)
AEK (Athinai, Gré)
RSC Anderlechtois (Bél)

Destaco deste sorteio:
- o reencontro entre FC Barcelona e Chelsea FC (pelo terceiro ano consecutivo), o grande duelo europeu dos últimos anos... e da actualidade;
- o regresso da equipa de Luís Figo ao Alvalade XXI, depois da festa do centenário, desta vez para jogar a sério;
- o Real Madrid CF defrontará o O. Lyonnais que a época passada o humilhou;
- o SL Benfica deslocar-se-á duas vezes às Ilhas Britânicas - algo que lhe foi favorável na época transacta -, defrontando numa delas o Manchester United (tal como no ano passado);
- as duas equipas ucrânianas deslocam-se a Espanha, as equipas gregas a Itália e as russas a Portugal e Alemanha;
- as cidades de Lisboa, Londres, Milão e Moscovo estão representadas por duas equipas na competição, destas apenas nenhuma equipa londrina foi sorteada para o grupo B;
- o grupo do SL Benfica é o único com 3 antigos campeões europeus, enquanto, o grupo D é o único sem antigos campeões;
- 13 dos 23 campeões europeus podem reconquistar o troféu.

Boa sorte às equipas portuguesas e que dia 15 de Dezembro voltem a estar todas novamente presentes no sorteio.


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Gràcies FC Barcelona
Os nossos prognósticos para o jogo do ano
FC Barcelona - Arsenal FC

terça-feira, agosto 22, 2006

Golden Foot 2006

Desde 2003 que é eleito um jogador de Futebol com pelo menos 29 anos e ainda em actividade para se juntar às estrelas que deixam a marca dos seus pés na "Champions Promenade" (Mónaco), trata-se de um prémio de carreira. A estes juntam-se um conjunto de antigos jogadores que passam a figurar também no passeio, Eusébio foi um dos quatro primeiros jogadores a ter essa honra, juntamente com Just Fontaine (França), Diego Armando Maradona (Argentina) e Gianni Rivera (Itália), num ano em que foi votado Roberto Baggio (Itália) como o primeiro vencedor do Golden Foot. Em 2004 venceu Pavel Nedved (Rep. Checa) e os veteranos que se lhe juntaram foram Alfredo Di Stefano (Argentina), Michel Platini (França) e Dino Zoff (Itália). O ano passado o vencedor foi Andriy Shevchenko (Ucrânia), a quem se juntaram George Best (Irlanda do Norte), Francisco Gento (Espanha), Roberto Rivellino (Brasil), Luigi Riva (Itália) e George Weah (Libéria). O júri de selecção dos nomeados é composto por órgãos de comunicação social desportiva (entre eles o jornal 'A Bola').

Esta sexta-feira termina a votação para o Golden Foot 2006, Luís Figo está novamente entre os nomeados para deixar a sua marca no passeio da fama no Mónaco, tal como tinha acontecido em todas as outras edições. Este ano está em luta directa com Del Piero e Zidane para vencer, como Maldini está mais atrás e dificilmente ganhará ide votar na estrela da nossa selecção. O vencedor será anunciado na Gala de 28 de Agosto e irá deixar a sua peugada na "Champions Promenade". Será também aí que será realizado um leilão para ajudar uma instituição de caridade, a agraciada nesta edição é a 'Fundación Pupi' (criada pelo futebolista Javier Zanetti).

Os nomeados deste ano são: Michael Ballack (Alemanha), David Beckham (Inglaterra), Marcos 'Cafu' (Brasil), Hernán Crespo (Argentina), Alessandro Del Piero (Itália), Luís Figo (Portugal), Paolo Maldini (Itália), Raúl Gonzalez (Espanha), Ronaldo de Lima (Brasil) e Zinedine Zidane (França).

Nesta edição já votei em Luís Figo, vós podeis também fazê-lo em www.goldenfoot.com.

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Luís Figo homenageado pela UEFA

quarta-feira, agosto 16, 2006

Göteborg 2006

Foi com alguma mágoa que vi chegar ao fim os Europeus de Atletismo de Gotemburgo, um dos mais brilhantes de sempre para o atletismo nacional. Começaram da melhor forma com as prestações de Obikwelu, nos 100 metros, e João Vieira, na marcha, e tiveram ainda um melhor epílogo, com a excelente prestação de Naide Gomes, no salto em comprimento, onde até ao último momento foi uma séria candidata ao ouro. Mas não foi a única que esteve em grande nível na derradeira jornada dos Campeonatos, a equipa portuguesa da Maratona, teve um comportamento extraordinário, desde o início da prova estiveram com os melhores, atacando, ripostando aos ataques de espanhóis e italianos e mantiveram vivas até bem próximo do final, as esperanças de medalha. No final não foi possível chegar ás medalhas, mas Portugal trouxe para casa o 2º lugar na Taça da Europa da Maratona. Outro português que esteve em excelente nível nestes Campeonatos, foi o jovem Nélson Évora que participou no salto em comprimento, onde alcançou o 6º lugar e no triplo salto onde ainda esteve mais próximo das medalhas, ficou em 4º lugar a apenas 9 cm da marca de Oprea, medalha de bronze na prova, é sem dúvida um bom augúrio para as futuras competições internacionais que se aproximam.

No entanto, estes Campeonatos não se resumiram apenas à participação portuguesa, são vários os nomes que marcaram estes campeonatos. Se nos homens o "rei" da velocidade foi Francis, nas mulheres o trono foi para a pianista belga, vizinha de Saramago em Lanzarote, Kim Gevaert. A belga de 27 anos conseguiu, finalmente a glória continental nos 100 metros, ela que já por duas vezes se tinha sagrado campeã europeia de 60 metros (pista coberta), e imitou o português Obikwelu ao vencer também os 200 metros, uma distância que nunca foi sua, é um bonito prémio para esta belga que desde muito nova se destacou na velocidade continental e mundial, esperemos que apesar da idade possa ainda progredir e chegar perto das atletas americanas. Enquanto Gevaert se preparava para partir para os 200 metros, outra das grandes figuras destes europeus a sua compatriota, Tia Hellebaut, acabava de vencer o ouro no salto em altura, naquele que foi o minuto dourado belga. Tia uma atleta praticamente desconhecida para o grande público, já com 28 anos salta assim para o estrelato ao vencer um dos mais épicos concursos da história dos europeus, com 2,03 novo record belga e dos campeonatos, relegando para o 3º lugar uma das maiores esperanças suecas de medalha a bela Kajsa Bergqvist, fixando para tal um novo máximo belga no salto em altura.

Se Kajsa falhou, a sueca mais popular do momento, Carolina Kluft não falhou e mais uma vez esteve incansável, nestes campeonatos, Kluft é a rainha do heptatlo, prova que parece ter sido feita á medida das características de Carolina, tal a sua supremacia mundial, mais uma vez conseguiu o ouro, no entanto não se ficou por aqui, participou na final de salto em comprimento, onde acabou em 6º lugar e pelo meio ainda participou na final da estafeta de 100 metros. Enquanto não esteve em competição foi incansável nas bancadas no apoio aos compatriotas.

A Suécia, depois do fracasso, que foram os Mundiais de 1995, disputados também no Ullevi de Gotemburgo, (e onde brilhou Fernanda Ribeiro) em termos desportivos para o país, apostou forte no atletismo e tem agora uma geração de ouro, liderada por Kluft, e onde se incluem também as irmãs Kallur, Susanna Kallur (vencedora dos 100 metros barreiras), e Jenny Kallur (finalista 100 metros barreiras), Linus Thörnblad (4º classificado no salto em altura) e claro Christian Olsson (líder incontestável do triplo salto) entre muitos outros, capaz de dar ainda muitas alegrias, a um povo que tanto ama este desporto.

Por último, não queria terminar sem falar da prestação das mulheres russas neste campeonatos, onde conseguiram 28 medalhas (no total a Rússia conseguiu 34) entre as quais 11 ouros, um número extraordinário que tem levantado muita suspeição pelo mundo do atletismo, levando já vários dirigentes da IAAF a questionarem em público a “pureza” destes resultados, e a questionarem o sistema de controlo anti-doping utilizado nas grandes provas do atletismo mundial. Eu próprio me questiono, ao ver que várias russas, que participaram nestes europeus, apresentaram taxas de hematócrito, bem acima da média, que podem ter origem no próprio treino, nomeadamente se feito em altura, ou então podem ser normais para certas atletas, mas podem também ser sinal de consumo de certas substâncias dopantes, como por exemplo, EPO. Numa altura em que todo o desporto parece atormentado com novos casos de doping, era bom que os controlos anti-doping no atletismo fossem mais rigorosos, para bem de todos.

Foto: Rodriguez

segunda-feira, agosto 14, 2006

Jogo Histórico: Os ataques do 'Pirata' (Ciclismo)

13 de Julho de 2000, Carpentras - Mont Ventoux, 149 km - 12ª etapa do Tour de France

Classificação:
1. Marco Pantani (Itá) Mercatone Uno-Albacom 4.15.11 (35.03 km/h)
2. Lance Armstrong (EUA) US Postal Service m.t.
3. Joseba Beloki (Esp) Festina a 0.25
4. Jan Ullrich (Ale) Team Deutsche Telekom a 0.29
5. Santiago Botero (Col) Kelme-Costa Blanca a 0.48
6. Roberto Heras (Esp) Kelme-Costa Blanca m.t.
7. Richard Virenque (Fra) Team Polti a 1.17
8. Francisco Mancebo (Esp) Banesto a 1.23
9. Manuel Beltran (Esp) Mapei-Quick Step a 1.29
10. Christophe Moreau (Fra) Festina a 1.31





A etapa que vou comentar é uma das que mais me marcou como adepto do Ciclismo, é uma etapa onde o esforço, determinação e espírito de sacrifício de um ciclista prevaleceram até à merecida vitória final. Marco Pantani - o ciclista mais espetacular e o melhor trepador que vi correr, um dos ciclistas mais amados pelos adeptos (algo que não se conquista por acaso) - insistiu persistentemente na vitória desta etapa, quando parecia derrotado voltava a insistir e perto do final só Lance Armstrong aguentou o seu ritmo e o acompanhou até à meta, onde pareceu condescender na vitória do 'Pirata' (algo que magoou e feriu o orgulho de Pantani). Contudo, as principais qualidades que tornaram Marco Pantani um ciclista mítico sobressaíram nesta etapa como só voltaria a acontecer três dias depois, no último brilho do 'Pirata', uma etapa a que também irei fazer referência.

O Tour de 2000 proporcionava o esperado duelo entre os três principais ciclistas que tinham marcado as últimas épocas do Tour. Marco Pantani, Jan Ullrich e Lance Armstrong tinham vencido as últimas três edições do Tour de France mas era a primeira vez que se defrontavam. Ullrich e Pantani já tinham efectuado duelos interessantes nas edições de 1997 e 1998 - enquanto Armstrong lutava contra um cancro -, com predominância na montanha para Pantani e no contra-relógio para Ullrich, cada um tinha vencido uma vez.

Marco Pantani (13-01-1970) foi, em 1998, o primeiro trepador nato a vencer o Tour após mais de duas décadas de vitórias de contra-relogistas que se aguentavam bem nas montanhas, derrotou Ullrich de forma incontestável com uma superioridade tal que nem os seus resultados nos contra-relógios o podiam derrotar (onde perdeu no total 7 minutos e 39 segundos para Ullrich), num ano em que tinha vencido também o Giro d'Italia. Já era, no entanto, um ciclista consagrado, no seu segundo Giro, em 1994, terminou na segunda posição atrás de Evgeni Berzin e à frente de Miguel Induráin, depois de nas primeiras etapas de montanha ter perdido tempo a tentar ajudar o seu chefe-de-fila Claudio Chiappucci, no mesmo ano termina em terceiro no Tour e vence a classificação da Juventude. No ano seguinte não participou no Giro devido a um acidente, no Tour vence duas etapas de montanha e volta a ser o primeiro da classificação da Juventude, consegue ainda a medalha de bronze no Campeonato do Mundo. No final deste ano cai na clássica Milano-Torino partindo a perna em dois sítios, chegou-se a falar que seria o final da sua carreira. Voltou à competição no Giro de 1997, mas caiu derrubado por um gato preto, abandonou a prova e regressou no Tour onde vence mais duas etapas de montanha (estabelecendo o recorde de subida do Alpe d'Huez) e termina em terceiro penalizado pelos seus resultados nos contra-relógios. Depois do seu ano de glória, em 1998, e quando parecia que os bons tempos não tinham terminado, é desclassificado do Giro de 1999, a faltar disputar apenas uma etapa de montanha e com a prova a seus pés (com quatro vitórias em etapas e todos os rivais a considerável distância), após suspeita de uma elevada taxa de glóbulos vermelhos no sangue (nunca provada). O seu regresso deu-se no Giro do ano 2000 onde decidiu participar apenas no dia anterior, não fez uma competição impressionante, mas foi determinante na vitória final do seu companheiro de equipa Stefano Garzelli.

Jan Ullrich (02-12-1973) correu o seu primeiro Tour em 1996 e logo se revelou um prodígio do Ciclismo, ajudou o seu chefe-de-fila (Bjarne Riis) a vencer a competição e ainda conseguiu ser segundo vencendo obviamente a classificação da Juventude. No ano seguinte vence o Tour, triunfando num contra-relógio com 3 minutos de vantagem sobre o segundo classificado (o único na história do Tour), mostrando que era um ciclista notável e tinha chegado para marcar uma época no Ciclismo, com uma idade muito jovem não deixava dúvidas que era o ciclista com mais capacidades do pelotão internacional, era um contra-relogista de referência e um trepador com uma cadência muito forte e regular, desde aí deixou sempre a sensação que esta não seria a sua única vitória no Tour. No ano seguinte perde o Tour para Pantani, depois deste ter encetado uma fuga impressionante numa etapa de montanha em condições adversas, parecia que o talento de Ullrich ainda estava acompanhado de alguma inexperiência, contudo, fica em segundo e vence pela terceira vez consecutiva a classificação da Juventude. Em 1999, não participa no Tour devido a lesão, participa na Vuelta a España e vence naturalmente, nesse ano vence também o Campeonato do Mundo de contra-relógio, competição onde já tinha sido terceiro em 1994 (!). O ciclista com mais potencialidades da actualidade não era um ciclista que se preparasse para as provas nas melhores condições, este ano não foi excepção e muito se falou do peso e saúde de Ullrich antes do Tour, no entanto, não era prudente menosprezá-lo.

Lance Armstrong (18-9-1971) vinha de uma vitória no Tour, numa prova em que tinha vencido 4 etapas deixando Alex Zülle a mais de 6 minutos (aproximadamente o tempo ganho após uma queda em que cerca de metade do pelotão fugiu aos restantes), contudo, ainda tinha algo a provar, pois, o facto de ter mostrado que era um excelente ciclista não era suficiente para Lance, tinha que ser o melhor e para ser o melhor tinha que derrotar os melhores. Começou a sua carreira de atleta no Triatlo, onde com 14 anos já competia com adultos, aos 17 anos opta pelo Ciclismo afirmando que se não se tornasse o melhor da modalidade trocaria por outra onde o fosse. É curioso que na sua primeira prova como profissional, a Clasica de San Sebastian de 1992, terminasse na última posição – não foi certamente um prenúncio da sua carreira. No ano seguinte, com 22 anos, vence o Campeonato do Mundo (enquanto Ullrich vence a prova de amadores) isolado depois de ter vencido uma etapa do Tour, neste seu início de carreira parecia talhado para disputar clássicas de um só dia. Em 1995 vence outra etapa no Tour e a Clasica de San Sebastian! Começa bem o ano de 1996, mas desiste do Tour e é uma desilusão nos Jogos Olímpicos, no entanto, o pior ainda estava para vir: é-lhe diagnosticado um cancro. Só regressa no final de 1998, mas regressa forte, começa por apresentar-se finalmente como um ciclista preparado para disputar as grandes Voltas, vence a Volta ao Luxemburgo e fica em 4º na Vuelta a España e nos Campeonatos do Mundo de estrada e contra-relógio. O trabalho e a preparação para as competições eram a base do seu sucesso.

Antes da 12ª etapa Marco Pantani era 24º e já tinha perdido muito tempo (10 minutos e 34 segundos) - talvez devido à sua pouca preparação no regresso à competição - para o líder da classificação geral, Lance Armstrong, repartido por contra-relógios e um mau início nas etapas de montanhas (perdeu 5 minutos e 10 segundos na 10ª etapa), Ullrich era segundo e estava a 4 minutos e 14 segundos (3 minutos e 19 segundos na 10ª etapa). O esperado duelo de “Titãs” parecia condenado à superioridade de Armstrong e a emoção ameaçava escassear, mas o melhor ainda estava para acontecer.

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sábado, agosto 12, 2006

A "azzurra" de Donadoni

Era grande a expectação em Itália para ver a primeira convocatória de Roberto Donadoni, o seleccionador italiano “pós-mundial”, para o jogo do próximo 16 de Agosto, contra a Croácia. E Donadoni, não deixou ninguém indiferente com a convocatória apresentada este sábado, não esteve com “meias-medidas” e apostou pela revolução total, apenas um vencedor do Mundial alemão foi convocado - Marco Amelia do Livorno, e 7 são os estreantes abosolutos. Afinal de contas é para isto que servem os amigáveis de Verão.

Os eleitos de Donadoni:

Guarda-Redes: Marco Amelia (Livorno), Flavio Roma (Monaco)

Defesas: Daniele Bonera (Milan), Giorgio Chiellini (Juventus), Giulio Falcone (Sampdoria), Manuel Pasqual (Fiorentina), Christian Terlizzi (Palermo), Luciano Zauri (Lazio), Cristian Zenoni (Sampdoria)

Médios: Massimo Ambrosini (Milan), Gennaro Delvecchio (Sampdoria), Massimo Gobbi (Fiorentina), Fabio Liverani (Fiorentina), Stefano Morrone (Livorno), Angelo Palombo (Sampdoria), Franco Semioli (Chievo)

Avançados: Andrea Caracciolo (Palermo), David Di Michele (Palermo), Antonio Di Natale (Udinese), Mauro Esposito (Cagliari), Cristiano Lucarelli (Livorno), Tommaso Rocchi (Lazio).

sexta-feira, agosto 11, 2006

Obrigado Super-Francis

É algo estranho, na história recente do atletismo nacional, mas ao final do 4º dia de competição nos Europeus de Atletismo de Gotemburgo, Portugal está em 4º lugar no ranking de medalhas, e tudo se deve a um homem, que bastante sofreu para se tornar no verdadeiro líder mundial da velocidade, na Europa Obikwelu não tem rivais, e à falta de americanos “limpos”, só o jamaicano Asafa Powel, lhe pode fazer alguma sombra na liderança da velocidade mundial.

Obikwelu, merece o sucesso que agora tem e muito mais, dada a sua nem sempre fácil trajectória. Com o objectivo de alcançar uma vida melhor, em 1994, quando participava nos Mundiais juniores de Atletismo em Lisboa, onde conseguiu a prata nos 400 metros, abandonou a concentração da Nigéria para por cá ficar em busca do “sonho” europeu, no entanto no inicio os tempos foram difíceis, não encontrou nenhuma equipa de atletismo nacional que o acolhesse e viu-se obrigado mesmo a procurar emprego na construção civil (o mais fácil para quem não fala a língua do país), seria graças ao apoio de uma família algarvia que o acolheu como um filho que os dias de Francis começariam a melhorar, passou a treinar no CF Belenenses e mais tarde chegou o convite do Sporting, e daí para a frente pôde dedicar-se ao atletismo, para o qual tinha nascido.


Continuou a correr pela Nigéria, até conseguir a nacionalidade portuguesa em 2001, mesmo a tempo de participar no Europeu de Munique do ano seguinte. E logo aí Francis aproveitou para retribuir, o apoio que encontrara em Portugal, com duas medalhas de prata, em 100 e 200, sendo que uma delas acabou por converter-se em ouro depois de detectado o doping de Dwain Chambers (medalha que Francis se recusa a receber) algo que deveria acontecer também na prova de 200, onde Francis apenas perdeu para o “fugitivo dopado” o grego Konstantinos Kenteris – autor de uma das maiores farsas do desporto mundial em plenos Jogos Olímpicos de Atenas.

Desde 2002 Francis acabou por se tornar no fiador do nosso atletismo e do nosso desporto nas grandes competições internacionais em que participa, trouxe para Portugal, a prata dos 100 metros (ficando à frente de nomes consagrados como Maurice Greene, Kim Collins, ou do actual detentor do record mundial dos 100 metros Asafa Powell) dos Jogos Olímpicos de Atenas, onde bateu o record europeu de Linford Cristhie de 1993, e onde conseguiu ainda ficar em 5º lugar nos 200 metros apesar de várias limitações físicas. Alem disso Francis conseguiu inúmeras vitórias e lugares de destaque em provas da Golden League, e em outras competições atléticas internacionais.



E chegada a hora de mais uma grande prova, Francis não se escondeu, e mais uma vez assumiu toda a responsabilidade, prometeu que venceria as duas provas rainhas da velocidade, baixando de 10 segundos nos 100 e de 20 nos 200 metros. E foi o que fez, sucedendo assim depois de 28 anos, ao italiano Pietro Menea o último a fazer a dobradinha na velocidade. Em apenas 4 dias, Francis Obikwelu converteu-se na grande figura destes brilhantes Europeus de Atletismo de Gotemburgo, para além de vencer em 100 e 200 estabeleceu um novo record dos campeonatos em 100 metros e ganhou os 200 com o segundo melhor tempo da história dos campeonatos. Para Francis as vitórias conquistam-se na pista, daí a sua relutância em receber o ouro de Munique, só o vai fazer por pressão da FPA, para ele o seu lugar em Munique sempre será o segundo, são atletas com esta mentalidade limpa que fazem falta ao desporto mundial. Francis é um dos melhores exemplos do desportista profissional que tudo dá para alcançar o êxito, sempre dentro das regras do desporto, foi com esse objectivo que em 2003 se mudou para Madrid, qual trotamundos, passou a treinar no CAR de Madrid, sobre as ordens do casal Pascua Piqueras, já que em Portugal ainda não existem infra-estruturas para atletas de elite como ele (e queremos nós organizar os Jogos Olímpicos) e desde essa data tem-se notado uma constante evolução no luso-nigeriano, nomeadamente nos tempos de reacção à partida (embora não se tenha notado nos 100 metros). A sua simpatia depressa conquistou, a por vezes, invejosa elite atlética espanhola, e agora faz parte de duas grandes famílias a portuguesa e a espanhola, que ontem viveu a vitória de Francis como se fosse a de mais um espanhol. Parabéns Francis!

Fotos: Göteborgs-Posten, Göran Lenz

terça-feira, agosto 08, 2006

Master’s de Futebol de Praia 2006

A AF Leiria venceu a primeira edição do Master’s de Futebol de Praia ao derrotar o Sporting CP na final. A Fase Final de correu de 28 a 30 de Julho na Praia do Meco (Sesimbra). Os jogos dos quartos-de-final foram mais equilibrados que o esperado e ao contrário do que eu tinha previsto após a Primeira Fase a AF Leiria, e não o FC Porto (vencedor do Grupo Norte), foi a única equipa do Norte a apurar-se para as meias-finais, ao eliminar o Vitória FC (Setúbal). A equipa leiriense completou a surpresa eliminando depois SL Benfica e Sporting CP para vencer o Torneio, eliminou assim três fortes candidatos ao título e venceu incontestavelmente a competição como o comprovam os resultados. A competição foi considerada um êxito por parte da organização que para o próximo ano espera chamar a competir uma equipa brasileira e outra espanhola.

Fase Final
28 Julho (Praia do Meco – Sesimbra)
Vitória FC (Setúbal) 5-8 AF Leiria
Sporting CP 7-5 A Académica de Coimbra
SL Benfica 7-6 Boavista FC
CF “os Belenenses” 4-3 FC Porto

29 Julho
AF Leiria 7-4 SL Benfica
Sporting CP 4-3 CF “os Belenenses”

30 Julho
Atribuição do 3º Lugar
SL Benfica 11-6 CF “os Belenenses”

Final
AF Leiria 7-2 Sporting CP